Saiba por que a PF quer anular a delação premiada de Mauro Cid
20 novembro 2024 às 10h39
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A Polícia Federal (PF) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a anulação do acordo de delação premiada do ex-ajudante e ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), tenente-coronel Mauro Cid. A corporação enviou um relatório com informações sobre omissões de Cid, que prejudicariam o acordo. Agora, a Corte deve decidir pela manutenção ou rescisão do acordo.
O relatório foi encaminhado pelo ministro Alexandre de Moraes, que é o relator do caso, para a Procuradoria-Geral da República (PGR). Agora a PGR deve se manifestar sobre o caso.
A PF afirma que Cid descumpri cláusulas do acordo firmado em setembro de 2023. À época, a PGR foi contrária à delação, seguindo posicionamento do Ministério Público, que foi contrário às delações firmadas pela PF.
De acordo com o jornal O Globo, se Moraes decidir pela rescisão, as provas e depoimentos colhidos com o auxílio de Cid permanecerão valendo. A rescisão significa apenas que o ex-ajudante de ordens perca os benefícios concedidos na assinatura do acordo.
Mauro Cid prestou novo depoimento na terça-feira na sede da PF. Ele afirmou desconhecer o plano que incluía o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente, Geraldo Alckmin, e o ministro Alexandre de Moraes, do STF.
O tenente-coronel falou por cerca de três horas em acordo homologado por Moraes. O inquérito resultou na operação que prendeu quatro militares e um policial federal, sob suspeita de envolvimento em um plano golpista. No plano constava a morte de autoridades e o monitoramento de Moraes.
A PF recuperou dados apagados de aparelhos eletrônicos de Cid. O tenente-coronel foi questionado sobre omissões de sua colaboração premiada, que está sendo reanalisada. Ele admitiu ter apagado mensagens e arquivos justificando que “até então, jamais imaginou estar cometendo alguma ilegalidade em apagar suas mensagens”.