Hugo Motta, deputado pelo Republicanos-PB, é uma figura em ascensão no cenário político brasileiro. Nascido em uma família de tradição política, ele foi eleito pela primeira vez aos 21 anos, a idade mínima para o cargo, com 86.150 votos, em 2010.

Motta, que é filho e neto de ex-deputados, conciliou seu mandato na Câmara com a conclusão do curso de Medicina, e hoje, está prestes a alcançar um protagonismo que nenhum de seus parentes conquistou. Em 2024, Motta emergiu como o novo nome forte na disputa pela presidência da Câmara dos Deputados, após receber o apoio do presidente de seu partido, Marcos Pereira (SP), que retirou sua candidatura em favor de Hugo Motta.

Este apoio alavancou sua posição na corrida pelo cargo, a menos de uma semana de completar 35 anos. Hugo Motta construiu uma trajetória sólida e estratégica, integrando a base de apoio de diferentes governos, como os de Dilma Rousseff, Michel Temer, Jair Bolsonaro e, mais recentemente, Luiz Inácio Lula da Silva.

Sua habilidade em transitar entre governos e dialogar com diferentes lideranças políticas, tanto governistas quanto da oposição, foi um dos fatores que motivou Pereira a apoiá-lo como candidato à presidência da Câmara. Com um índice de alinhamento de 86% com o governo Lula, Motta votou a favor de importantes pautas do atual governo, como o novo arcabouço fiscal e a reforma tributária.

No entanto, durante sua carreira, também se destacou por sua atuação crítica em momentos-chave, como ao votar pelo impeachment de Dilma Rousseff e presidir a CPI da Petrobras, que resultou no pedido de indiciamento de 70 pessoas. Outro ponto importante na trajetória de Hugo Motta foi sua participação em votações cruciais no governo Temer, como a PEC do Teto dos Gastos e a reforma trabalhista.

“A nomeação de Silvio Costa Filho foi muito mais pessoal do presidente, pela relação que o deputado tinha com o PT, com Lula, muito antes até de vir para o Republicanos. A indicação chegou à bancada de forma satisfatória, a bancada ficou feliz com essa indicação. Mas, o Republicanos não altera a sua posição de independência. Vamos ter também autonomia de ficarmos contrários a pautas que, por ventura, venham ao plenário da Câmara dos Deputados e não esteja no manifesto do partido” afirmou o deputado em setembro de 2023 ao Correio Braziliense.

No governo Bolsonaro, ele relatou a PEC Emergencial e a PEC dos Precatórios, além de apoiar a privatização dos Correios e comandar a comissão de privatização da Eletrobras. Se eleito presidente da Câmara, Hugo Motta consolidará a história política de sua família, que inclui seu pai, Nabor Wanderley, atual prefeito de Patos (PB), e seus avós, que também foram prefeitos e deputados.

Hugo Motta agora enfrenta o desafio de unir sua base de apoio e neutralizar seus concorrentes na disputa, como Elmar Nascimento (União Brasil-BA) e Antonio Brito (PSD-BA). Ele espera contar com o apoio de Arthur Lira (pP-AL) e do presidente Lula (PT) para alcançar este objetivo e garantir a liderança de uma das casas legislativas mais importantes do país.

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