Romênia anula eleição presidencial após denúncias de interferência russa
08 dezembro 2024 às 17h50
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O Tribunal Constitucional da Romênia anulou o resultado do primeiro turno das eleições presidenciais devido a alegações de interferência estrangeira, especificamente da Rússia. A decisão foi anunciada a poucos dias do segundo turno, originalmente programado para este domingo, 8, reiniciando todo o processo eleitoral e deixando o país em um cenário de incertezas políticas.
Calin Georgescu, candidato de direita radical, venceu o primeiro turno com 23% dos votos, mas sua campanha foi marcada por controvérsias. Documentos de inteligência indicam que ele teria se beneficiado de uma operação massiva de influência russa.
Georgescu, conhecido por sua postura cética em relação à OTAN e por elogios ao presidente russo, Vladimir Putin, nega as acusações. O primeiro-ministro romeno, Marcel Ciolacu, defendeu a decisão do tribunal, classificando-a como “a única solução correta” após a revelação dos documentos.
Em contraste, a segunda colocada, Elena Lasconi, do partido União Salve a Romênia, condenou a anulação, alegando que ela “pisoteia a democracia”. Com a anulação, o governo deve definir uma nova data para a eleição, possivelmente em 22 de dezembro, mas o tribunal recomendou a reinicialização completa do processo eleitoral.
Essa decisão também invalida o planejamento da campanha, obrigando os candidatos a retomarem suas estratégias do zero. Georgescu realizou sua campanha majoritariamente no TikTok, levantando suspeitas sobre o suposto favorecimento da plataforma, o que a empresa negou categoricamente.
Sua ascensão política sem um partido próprio e o apoio surpreendente em meio à polarização levantam questões sobre o impacto das redes sociais em eleições democráticas.
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