Revitalização de igrejas tombadas provoca embate entre presidente da Alego e superintendente do IPHAN em Goiás

29 julho 2025 às 17h24

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Parte do acervo histórico de bens tomados de Goiás, a revitalização de três igrejas na Cidade de Goiás e a exclusão da Igreja Nossa Senhora da Boa Morte da lista de restaurações provocou um embate entre o presidente da Assembleia Legislativa de Goiás, deputado Bruno Peixoto (UB), e o superintendente do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) em Goiás, Gilvane Felipe.
O deputado direcionou as críticas a autarquia vinculada ao Governo Federal e ligada aos ministério da Cultura e do Turismo, sendo este último comandado pelo deputado licenciado, Celso Sabino, do União Brasil do Pará. “Minha crítica é, se o IPHAN quer tão bem o cidadão de Goiás, por que abandona a Igreja da Boa Morte?”, questionou.
Peixoto citou como bons exemplos as reformas da Catedral de San´tanna, Nossa Senhora Aparecida, no Povoado de Areia e a Igreja do Ferreiro tocadas pelo Governo de Goiás e inauguradas durante a transferência simbólica da capital do Estado para a Cidade de Goiás. “Não podemos aceitar que o Governo Federal deixe a memória do nosso povo virar pó”, disse.
Nesse sentido, Peixoto sugeriu que o instituto transferisse a responsabilidade da igreja, que é tombada como parte do patrimônio histórico, para o governo estadual comandar a reforma. O presidente do legislativo disse ainda que entrará com uma representação formal no Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) para que o instituto tome ciência da situação do prédio. “O IPHAN só vai agir quando uma dessas janelas, paredes ou telhado cair em cima de alguém”.
O superintendente do instituto em Goiás, Gilvane Felipe, comentou que, apesar de ser um bem tombado, a Igreja da Nossa Senhora Boa Morte não pertence ao IPHAN. A gestão, de acordo com o Felipe, é compartilhada entre a Diocese de Goiás e o Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM). “O IPHAN notificou formalmente o IBRAM quanto à necessidade urgente de manutenção da igreja”, completou. Sobre a sugestão de transferência da guarda do bem tombado, Felipe diz somente a Diocese poderia oferecer uma proposta nesse sentido.
Restaurações
Entre as igrejas da cidade de Goiás que serão restauradas está a Igreja Nossa Senhora do Rosário, considerado o primeiro templo católico do estado. A igreja remontada ao início da ocupação do território goiano, embora ainda não possui tombamento formal, será objeto de estudo para preservação permanente.

O investimento do governo estadual é de R$ 15 milhões e inclui ainda a reforma da Igreja Nossa Senhora d’Abadia, Igreja de Santa Bárbara e Igreja de Nossa Senhora do Carmo como parte do projeto “Rota da Fé”, lançada nesta terça-feira, 28.
A proposta é recuperar templos de valor histórico e arquitetônico, além de fomentar o turismo religioso na região. As obras terão início em abril de 2026 e serão conduzidas por empresas especializadas em restauro de patrimônio cultural e a prefeitura municipal. A fiscalização será feita pela Secult, em parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

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