Parte do acervo histórico de bens tomados de Goiás, a revitalização de três igrejas na Cidade de Goiás e a exclusão da Igreja Nossa Senhora da Boa Morte da lista de restaurações provocou um embate entre o presidente da Assembleia Legislativa de Goiás, deputado Bruno Peixoto (UB), e o superintendente do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) em Goiás, Gilvane Felipe.

O deputado direcionou as críticas a autarquia vinculada ao Governo Federal e ligada aos ministério da Cultura e do Turismo, sendo este último comandado pelo deputado licenciado, Celso Sabino, do União Brasil do Pará. “Minha crítica é, se o IPHAN quer tão bem o cidadão de Goiás, por que abandona a Igreja da Boa Morte?”, questionou.

Peixoto citou como bons exemplos as reformas da Catedral de San´tanna, Nossa Senhora Aparecida, no Povoado de Areia e a Igreja do Ferreiro tocadas pelo Governo de Goiás e inauguradas durante a transferência simbólica da capital do Estado para a Cidade de Goiás. “Não podemos aceitar que o Governo Federal deixe a memória do nosso povo virar pó”, disse.

Nesse sentido, Peixoto sugeriu que o instituto transferisse a responsabilidade da igreja, que é tombada como parte do patrimônio histórico, para o governo estadual comandar a reforma. O presidente do legislativo disse ainda que entrará com uma representação formal no Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) para que o instituto tome ciência da situação do prédio. “O IPHAN só vai agir quando uma dessas janelas, paredes ou telhado cair em cima de alguém”.

O superintendente do instituto em Goiás, Gilvane Felipe, comentou que, apesar de ser um bem tombado, a Igreja da Nossa Senhora Boa Morte não pertence ao IPHAN. A gestão, de acordo com o Felipe, é compartilhada entre a Diocese de Goiás e o Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM). “O IPHAN notificou formalmente o IBRAM quanto à necessidade urgente de manutenção da igreja”, completou. Sobre a sugestão de transferência da guarda do bem tombado, Felipe diz somente a Diocese poderia oferecer uma proposta nesse sentido.

Restaurações

Entre as igrejas da cidade de Goiás que serão restauradas está a Igreja Nossa Senhora do Rosário, considerado o primeiro templo católico do estado. A igreja remontada ao início da ocupação do território goiano, embora ainda não possui tombamento formal, será objeto de estudo para preservação permanente.

Igreja Nossa Senhora do Rosário, na Cidade de Goiás | Foto: Sérgio Reis/Reprodução

O investimento do governo estadual é de R$ 15 milhões e inclui ainda a reforma da Igreja Nossa Senhora d’Abadia, Igreja de Santa Bárbara e Igreja de Nossa Senhora do Carmo como parte do projeto “Rota da Fé”, lançada nesta terça-feira, 28.

A proposta é recuperar templos de valor histórico e arquitetônico, além de fomentar o turismo religioso na região. As obras terão início em abril de 2026 e serão conduzidas por empresas especializadas em restauro de patrimônio cultural e a prefeitura municipal. A fiscalização será feita pela Secult, em parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Governador visita templo que será restaurado na Cidade de Goiás | Foto: Lucas Diener

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