A Copa das Copas. Foi esse o apelido que a Copa do Mundo de 2014 que aconteceu aqui no Brasil ganhou. A competição aconteceu de 12 de junho a 13 de julho e foi repleta de surpresas, do início ao fim. O Jornal Opção Online vai relembrar agora o que fez essa Copa ser tão inesquecível.

Vai ter Copa?

As polêmicas quanto à Copa já começaram antes mesmo do início da partida. Nos protestos que tomaram conta do país, uma das frases mais repetidas era “Não vai ter Copa” por causa de gastos excessivos com a competição. A ideia era que a população se revoltaria contra o governo e impediria que o evento esportivo fosse realizado no Brasil, a base de sangue, suor, lágrimas e muita reclamação nas redes sociais. A hashtag #nãovaiterCopa ganhou força, mas como quase tudo, mote dos protestos de rua acabou virando piada nas redes sociais.


Abertura

Ah, a cerimônia de abertura. É difícil achar alguém que não tenha criticado a apresentação. Ninguém entendeu qual história estava sendo contada e o trio mais aguardado da cerimônia era composto por Claudia Leitte, Jennifer Lopez e Pitbull que foram comparados à Galinha Pintadinha e sua turma.

Claudia Leitte galinha pintadinha (1)

Também não poderíamos deixar de citar na expectativa criada em torno do exoesqueleto desenvolvido por um projeto comandado pelo neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis que ia possibilitar que um jovem paraplégico chutasse a Brazuca. Mas, apesar das inúmeras reportagens que nos prepararam pra ver o momento, o chute quase não apareceu na televisão. Ficou três segundos no ar e não teve o menor destaque.

Primeira partida

O primeiro jogo da Copa foi Brasil x Croácia. Um jogo que tinha tudo pra ser tranquilo e sem maiores transtornos começou com um dos maiores sustos: o primeiro gol da competição foi do lateral esquerdo Marcelo e foi contra! A reação de Marcelo foi, com certeza, a da maioria dos brasileiros, de quem não acreditava no que acabava de acontecer.

Holanda e Espanha

O grupo B era considerado um dos mais difíceis: Espanha, Holanda, Austrália e Chile. Um dos jogos da primeira rodada era exatamente o mesmo da final da Copa de 2010: Espanha x Holanda, o que sagrou como campeã a seleção espanhola. E qual não foi a surpresa do mundo ao ver a melhor do mundo perder de 5 x 1 para a vice-campeã? De todos os gols da Laranja Mecânica, o destaque foi, certamente para o primeiro.

A Holanda perdia por 1 x 0 quando Van Persie, aos 44 minutos do segundo tempo entrou no meio dos espanhóis Sergio Ramos e Jordi Alba para antecipar um cruzamento de Daley Blind, encobrindo o goleiro Iker Casillas com um toque de cabeça. O destaque foi para a forma que o holandês tocou na bola: ele se lançou ao ar, fazendo uma espécie de peixinho e marcando o gol mais bonito da competição.

A zebra da competição

Um grupo com três seleções campeãs mundiais e uma que não havia nem se classificado para a Copa de 2010. A Costa Rica tinha Uruguai, Itália e Inglaterra como adversários diretos e ninguém acreditava que ela passaria da primeira fase.

Não só passou da primeira fase como chegou às quartas-de-final e terminou a Copa na oitava colocação. A seleção costarriquenha não sofreu nenhuma derrota e levou apenas dois gols em toda a competição. Pelo seu desempenho, a Costa Rica não poderia deixar de figurar nessa lista.

A mordida

O jogo era Itália x Uruguai. Uma seleção tetracampeã contra uma bicampeã. A partida foi muito disputada e contou com vários lances polêmicos e violentos, resultando até na expulsão do jogador italiano Marchisio, mas o que mais chamou a atenção foi a mordida que o uruguaio Luiz Suárez deu no italiano Chiellini.

Suárez levou a maior punição da história das Copas: suspensão de quatro meses, além dos nove jogos pela seleção. Depois da partida, o atleta não podia nem treinar, mas em agosto a Corte Arbitral do Esporte decidiu que ele poderia participar de “treinos, atos promocionais e assuntos administrativos”.

A coluna de Neymar

A seleção brasileira disputou as quartas-de-finais com a da Colômbia. No final vencemos por 2 x 1, mas não foi exatamente a vitória que ficou na nossa memória.

Depois de receber uma pancada do lateral colombiano Zuñiga, Neymar saiu de campo ainda sem um diagnóstico do que poderia ter acontecido. Só depois de ter passado por exames num hospital de Fortaleza, onde o jogo foi realizado, foi constatada a lesão que deixou o atacante fora da Copa.

A fratura deixou Neymar de repouso e todos os torcedores apreensivos. Depois da confirmação da gravidade da lesão, temíamos os próximos jogos sem o principal jogador e percebemos que a crise chegou para a seleção.

O jogo que queríamos esquecer

Depois de passarmos pela Colômbia, chegamos à semifinal contra a Alemanha. A crise temida pela falta de Neymar se tornou realidade e sofremos a 11ª maior goleada da história das Copas.

A cada gol da Alemanha víamos a torcida brasileira se desesperar. E foram sete. E possivelmente seriam mais caso a seleção alemã não tivesse desacelerado no final da partida. A seleção brasileira marcou um gol, porém o sentimento de tristeza tomou conta do país.

Ao mesmo tempo, o brasileiro mostrou o bom humor fazendo piadas sobre o acontecimento e até um site foi criado para lembrarmos esse episódio. O Brasil Alemanha Eterno mostra quanto estaria o placar caso o jogo seguisse o mesmo ritmo e não tivesse acabado.

O artilheiro das Copas

O título de maior artilheiro de todas as Copas pertencia a Ronaldo, o Fenômeno. O brasileiro marcou 15 gols e era artilheiro isolado. Porém Miroslav Klose estava ali, na cola de Ronaldo, com 14 gols na história da competição.

No jogo contra Gana, o segundo da seleção alemã, Klose igualou o recorde. E foi contra o Brasil que ele marcou o 16º gol e superou o brasileiro. Antes desta Copa, Klose foi o maior artilheiro do Mundial da Alemanha, em 2006, com cinco gols, e o segundo maior na Copa de Japão e Coreia do Sul-2002, com outros cinco.

A seleção mais carismática

Perdemos de 7 x 1 deles e mesmo assim o Brasil quase todo torceu pra seleção alemã. Sim, o fato de eles disputarem a final com nossa arqui-inimiga contou a favor deles, mas se os alemães não fossem tão simpáticos, talvez não conseguíssemos torcer pra seleção que nos derrotou.

Os alemães chegaram no Brasil fazendo festa: um grupo de índios visitou o centro de treinamento e dançou e cantou junto com a seleção; os germânicos dançaram o Lepo Lepo, Eu Quero Tchu, Eu Quero Tcha; vestiram a camisa do Bahia e do Flamengo e postavam no Instagram várias fotos se divertindo e com os brasileiros. Não foi difícil nos apegarmos à seleção e mesmo depois de perdermos de lavada, vê-los ganhar da Argentina fez todo brasileiro ficar um pouco feliz.

Outros destaques

Não poderia deixar de figurar nessa lista o artilheiro da competição e, consequentemente, ganhador da Chuteira de Ouro da FIFA James Rodríguez. Ele figurou, com Oscar e os alemães Philipp Lahm e Toni Kroos, como meio-campista no Time das Estrelas, um time com os 23 melhores jogadores escolhidos pelo grupo de estudos técnicos da FIFA.

O gol mais bonito da competição, com mais de quatro milhões de votos computados, também foi do colombiano. O ganhador do título foi seu gol de voleio de fora da área contra o Uruguai, que você confere abaixo: