Fala é do peemedebista Eudes Vigor, relator do projeto de reajuste do imposto, na Câmara Municipal. Prefeitura encontra dificuldade de passar proposta na íntegra

Foto: Marcello Dantas
Eudes Vigor diz que não aprova valor proposto pela prefeitura | Foto: Marcello Dantas/Jornal Opção Online

O vereador Eudes Vigor (PMDB) afirmou nesta quarta-feira (3/12) que vai apresentar um parecer coerente sobre o projeto que reajusta o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU/ITU) de Goiânia antes de encaminhá-lo ao plenário para a primeira votação. O peemedebista é o relator da proposta, que se encontra na Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ) da Câmara Municipal.

“Da minha parte é a coerência. Estamos percebendo que a cidade precisa desse imposto e que está sangrando ao que diz respeito aos seus cuidados. Mas, da minha parte, não vamos colocar um tributo que vá dificultar a vida dos cidadãos”, avalia o relator, ao ser questionado sobre o que será apresentado ao presidente da CCJ, Carlos Soares (PT). Não há prazo constitucional para a emissão do documento. Contudo, o prazo aprovação em segunda e última votação em plenário é curto: até 20 de dezembro para que possa vigorar no ano que vem.

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Ele disse em entrevista coletiva que “nem pensa” em aprovar o atual índice proposto pela Prefeitura de Goiânia, de 57,8% para 2015. O valor, conforme sublinhou, não é interessante para os vereadores, haja vista que muitos pretendem reeleger-se em 2016. “Está sendo colocado de uma forma que quem vota a favor do aumento é inimigo da cidade, pelo menos com esse reajuste. Não é bem assim, eu tenho minhas demandas, os outros também, e precisam ser atendidas”, analisa.

Para Eudes Vigor, a falta de recursos nos cofres do Paço Municipal limita os atendimentos. Em sua opinião, as dificuldades ficam expostas pela quantidade de novos moradores que a capital recebe a todo momento. “Estamos deixando a desejar no que se refere ao atendimento à população”, criticou.

Na visão do peemedebista, que vê a proposta do Poder Executivo como “salgada”, um valor ideal para o reajuste seria uma média entre 30% e 40%. No entanto, não há definição e a base aliada do prefeito Paulo Garcia (PT) busca entendimento entre os integrantes. Duas reuniões entre eles foram realizadas, mas sem acordo final. O prefeito adiantou a apoiadores que irá vetar qualquer número diferente do projeto original, mas o relator acredita que a redução não seria prejudicial para Goiânia.

Quando questionado sobre a possiblidade de a emissão do relatório ser protelado por conta da eleição para a presidência da Casa, Eudes Vigor ressaltou que não há relação entre os dois processs. “Uma coisa não tem nada a ver com a outra. Estou prontinho para fazê-lo e tenho até na cabeça”, antecipou, mas sem passar detalhes.

Sobre a busca de um consenso de um valor que agrade a população, o Legislativo e o Executivo, o peemedebista insinuou que tudo pode acontecer. “Inclusive nada”, resumiu.