O prefeito eleito de Goiânia, Sandro Mabel, afirmou, em coletiva de imprensa na tarde desta segunda-feira, 9, que a Reforma Administrativa deve ser apresentada na Câmara de Goiânia já nesta terça-feira, 10. A fala de Mabel ocorreu após a última reunião de transição de Goiânia. O prefeito eleito assumirá o cargo em 1º de janeiro de 2025.

Segundo Mabel, a reforma administrativa a ser apresentada prevê a criação de novas secretarias como, por exemplo, a de estão de Negócios Municipais. “Essa secretaria vai buscar a otimização de serviços públicos como, por exemplo, o Zoológico que tem um custo muito alto e não tem tanta arrecadação. Isso tudo deve passar por uma gestão para fechar o balanço. Essas secretarias visam implementar esse sistema de gestão forte”, explica.

Outro ponto citado por Mabel como algo necessário para se ter “gestão forte” é a fiscalização e a desburocratização pelo município. Para o prefeito eleito, é necessário centralizar o licenciamento e fiscalização. “Não irá existir fiscalização sendo feita pela AMMA e licenciamento pela Secretaria de Planejamento. Teremos uma secretaria especializada para tornar esses processos mais rápidos. Hoje empresas demoram 90 a 120 dias para abrir, isso precisa ser feito de forma mais ágil”, continuou.

Para que as coisas corram de forma mais tranquila nesses sistemas, o prefeito eleito afirma que um dos focos de sua gestão é a informatização dos processos. “Vamos focar na parte de informatização. Antes, todos iam no banco, hoje ninguém vai mais em bancos, e ninguém tem que vir na prefeitura para resolver problemas corriqueiros. Muitos procedimentos passarão a ser declaratórios. Essa é uma mudança grande que será feita durante essa minha gestão de quatro anos”, completou.

Na última semana, Mabel se demonstrou preocupado com a Secretaria Municipal de Inovação, Ciência e Tecnologia (SICTEC) e afirmou que a Prefeitura de Goiânia está “atrasada tecnologicamente”.

“Estamos avaliando esses temas. Pedi o levantamento de alguns dados e vimos que temos 40 mil programas. Precisamos saber quem são os usuários, quantos programas são usados, quem deveria usar. Então fazendo o levantamento disso tudo e dando uma limpada criamos um sistema diferente. A prefeitura está muito atrasada tecnologicamente”, afirmou na ocasião.

Além disso, o prefeito eleito citou a idade dos computadores e do datacenter da Prefeitura. “São computadores de que tem 30 anos. Vamos ter que dar uma olhada nisso e centralizar isso em um lugar. Cada pasta tem um datacenter diferente e programas diferentes, isso não pode acontecer desta forma. Assim você perde produtividade. Vamos colocar esse sistema de produção para funcionar”.

“Precisamos de mais controle em relação a isso. Temos uma equipe técnica muito boa e qualificada e devemos fazer essa migração. Veremos qual a capacidade de processamento de outros datacenters para pegar e utilizar na prefeitura. Um datacenter integrado e melhor arrumado, integrando os programas, é uma das providências que serão tomadas”, completou.

SICTEC

A Secretaria de Informação e Tecnologia é uma pasta responsável pela gestão da infraestrutura e dos sistemas de tecnologia da informação (TI) utilizados pelos diversos setores da administração municipal. A prefeitura possui 209 sistemas diferentes, muitos deles provavelmente redundantes ou subutilizados, o que demonstra falta de planejamento e integração.

Entre os problemas citados pelo prefeito eleito está a compra descentralizadas de softwares, que são feitas sem consultar a SICTEC, gerando incompatibilidades e dificuldades de integração; a falta de integração com o SUS e a sobrecarga do sistema.

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