Encontro evidencia convergência do PSDB em relação ao tema. Reunião, liderada pelo ex-presidente, contou com a presença do governador Marconi Perillo

Tucanos se reuniram para definir posicionamento | Divulgação/PSDB
Tucanos se reuniram para definir posicionamento | Divulgação/PSDB

O sentimento do PSDB de que o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) ganha força a cada dia foi reforçada após reunião entre governadores tucanos e líderes do partido, na quinta-feira (10).

O ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso ressaltou que as razões colocadas hoje são sim suficientes para o impeachment da petista, mas o debate no País não pode se restringir a isso.

“O tema do dia, obviamente, é: haverá impeachment da presidente da República? Acho que a preocupação do Brasil e dos brasileiros não para nisso. Há muitas coisas que precisamos mudar no Brasil. A começar, o comportamento ético”, disse.

Participaram da reunião o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, os seis governadores tucanos – Geraldo Alckmin (SP), Beto Richa (PR), Marconi Perillo (GO), Pedro Taques (MT), Reinaldo Azambuja (MS) e Simão Jatene (PA) – o senador José Serra (SP) e os líderes do partido na Câmara, Carlos Sampaio (SP), e no Senado, Cássio Cunha Lima (PB).

O presidente de honra do PSDB elencou uma série de pontos que precisam ser discutidos com a sociedade brasileira. Entre eles o sistema eleitoral que não funciona por conta de uma proliferação “insustentável” de partidos, a desordem orçamentária que exige regras específicas que controlem os gastos do governo, e a incapacidade mostrada pelo país de resolver, de forma satisfatória, a questão da previdência.

“Esses são os pontos que eu acho que o PSDB deve começar a cogitar para discutir com o Brasil, e não simplesmente discutir a questão do impeachment”, salientou.

Ainda assim, Fernando Henrique destacou que as razões colocadas pela sociedade são sim suficientes para o impeachment da petista. “Você desrespeitar, reiteradamente, a lei de responsabilidade social tendo em vista benefícios eleitorais, já que houve muita abundância de recursos laterais para uso de programas sociais no ano de eleição, é uma razão consistente se houver clima político. Essa é a questão. Se esse clima se formar, há as razões”, acrescentou.