Rápida ação do piloto evitou que passageiros de helicóptero que caiu no Rio Araguaia morressem
23 julho 2024 às 11h40
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A rápida avaliação do piloto do helicóptero que caiu no Rio Araguaia, em Britânia, evitou que os cinco bombeiros e o militar da Marinha do Brasil morressem com a força do impacto. A aeronave sofreu uma pane, obrigando o tenente-coronel Igor Aparecido Alves a realizar um pouso forçado às margens do rio no último sábado, 20.
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Os demais tripulantes são:
- Tenente e copiloto da aeronave, Daniel Henrique Castro Alves;
- Sargento e tripulante operacional, Diego Santos de Melo Lamberg;
- Tenente-coronel e comandante da operação férias, Ederbane Rodrigues Monteiro Junior;
- Capitão e passageiro, Milson Fernandes da Silva Junior;
- Capitão da Marinha do Brasil e passageiro, Márcio da Silva Arruda.
“Tínhamos ao lado direito a mata fechada, à frente a ponte de Itacaiú e a esquerda turistas olhando e filmando. Abaixo estava o rio, que não tinha como precisar a profundidade e, então, ele optou por pousar às margens para não se afogarem. O piloto salvou não só a vida dele, como de todos os passageiros”, afirmou o tenente-coronel e comandante da base aérea do Corpo de Bombeiro, tenente-coronel, Eduardo Campos Cardoso.
Todas as vítimas foram resgatadas cerca de dois minutos depois da queda por uma equipe médica dos bombeiros, mas já estavam com a água na altura da cintura. A água invadiu parte da “cauda” do avião, onde estavam o tenente-coronel Rodrigues, capitão Milson, sargento Lambert e o militar Arruda.
Rodrigues, que precisou ser transportado de avião para Goiânia, foi a vítima mais grave do acidente, tendo passado por uma cirurgia na coluna devido a uma lesão provocada na queda. O bombeiro tem previsão de receber alta do Hospital Ortopédico de Goiânia nesta quarta-feira, 23.
Igor, Daniel e Ederbane também ficaram feridos, mas já receberam alta e se recuperam em casa, conforme Cardoso. Já Lamberg e Arruda não se feriram e até conseguiram ajudar os demais ocupantes do helicóptero a chegar à margem.
“O piloto relatou que houve uma perda de potência durante a aproximação para pouso em Itacaiu. É uma aeronave de mais de 2 mil quilos e, por conta disso, a tendência é descer. Porém, o tenente-coronel Igor teve a destreza de procurar o melhor local de pouso em pouco tempo”, explicou.
Patrulhamento
A aeronave estava a caminho da base de Itacaiu, onde realizaria um monitoramento de rotina durante a Operação Férias. A equipe também realizaria o serviço em Aragarças e Britânia.
De propriedade do Governo de Goiás desde 2011, o helicóptero teve parte da estrutura danificada, assim como as hélices que continuam funcionando após a queda. O acidente, no entanto, não afetou a operação que segue sendo realizada com o auxílio de aviões e outras aeronaves.
“O bem a gente consegue correr atrás, é uma aeronave segurada. Agora a vida tem apenas uma. Temos que enaltecer as ações do tenente-coronel, que graças a ele todos estão vivos”, concluiu Cardoso.
A queda da aeronave é investigada pelo Sexto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SERIPA VI), órgão regional do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA). Em nota, o órgão informou que coletou dados e que levanta informações para descobrir as causas do acidente.
Nota do Cenipa:
“Investigadores do Sexto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SERIPA VI), órgão regional do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), localizados em Brasília (DF), foram acionados, neste sábado (20/07), para realizar a Ação Inicial da ocorrência envolvendo a aeronave de matrícula PR-CBG no município de Itacaiú (GO).
Na Ação Inicial são utilizadas técnicas específicas, conduzidas por pessoal qualificado e credenciado que realiza a coleta e a confirmação de dados, a preservação dos elementos, a verificação inicial de danos causados à aeronave, ou pela aeronave, e o levantamento de outras informações necessárias à investigação”.