PSOL “assume” presidência da Câmara após sessão ser cancelada por aliado de Cunha

05 maio 2016 às 11h53

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Deputada Luiza Erundina (SP) comanda a sessão extra-oficial após Waldir Maranhão suspender os trabalhos. Microfones e transmissão ao vivo foram cortados

O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) “assumiu” o comando da presidência da Câmara Federal na manhã desta quinta-feira (5/5), após o presidente interino, Waldir Maranhão (PP-MA), cancelar a sessão que já estava marcada.
Da tribuna, deputados de esquerda e de partidos aliados ao governo da presidente Dilma Rousseff (PT) denunciam mais uma manobra do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para evitar o debate sobre a decisão do STF de defenestrá-lo da Casa de Leis.
Sem microfone, nem transmissão ao vivo pela TV Câmara, os parlamentares criticaram a atitude de Waldir Maranhão de suspender a sessão e, com isso, impedir eventuais discursos negativos a Cunha.
A presidente da sessão extra-oficial é a deputada Luiz Erundina (PSOL-SP), que é suplente de secretária na mesa diretora. Ela está a cargo da lista de oradores e também cuida do tempo dado aos parlamentares — de três minutos para cada um. O Jornal Opção acompanha por uma transmissão ao vivo feita pelo Facebook do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ).
Ele foi um dos primeiros a fazer uso da palavra e, embora comemore o afastamento de Eduardo Cunha, lamenta que tenha sido só agora. “O Supremo toma decisão tarde. Por que não fez antes? Já tinha elementos há muito mais tempo. Queremos Fora Cunha e queremos que o STF diga porque demorou mais de 140 dias para afastá-lo”, discursou.
Chico Alencar, também do PSOL do Rio de Janeiro, lamentou a decisão do presidente interino de suspender a sessão: “O Cunhismo não pode vencer nesta Casa! A decisão do STF é uma reafirmação da sociedade brasileira”. No mesmo sentido, Ivan Valente (Psol-SP) pediu que os funcionários da Câmara, em respeito aos parlamentares que ali estão, ligassem os microfones. Mas sem sucesso.
Em sua fala, a deputada comunista Jandira Feghali anunciou que tem várias assinaturas para pedir que Waldir Maranhão reabra a sessão extraordinárias, baseado no Art. 167 do regimento interno.