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Presidente defendeu projeto levantado por comissão, desagradando advogados durante reunião. Ânimos se acirraram ainda mais após justificativas apresentadas

Foto: Renan Accioly
Foto: Renan Accioly

Amanda Damasceno e Marcelo Gouveia

Uma proposta de “redução salarial” defendida pela Comissão de Direito Previdenciário da seccional goiana da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-GO) deu início a uma crise entre o presidente Lúcio Flávio e a categoria. Os ânimos se acirraram durante reunião na última quinta-feira (11/8), quando a medida de reajuste foi colocada em pauta e defendida por Lúcio.

A proposta desagradou os presentes na reunião, e só piorou após as justificativas apresentadas pelo presidente. Segundo fontes ouvidas pelo Jornal Opção, foi informado aos advogados durante o encontro que a proposta obedecia uma recomendação nacional e que, se o conselho federal optasse por diminuir o salário, a OAB-GO seria obrigada a cumprir a ordem.

Logo foi destacado ao presidente que as seccionais possuem autonomia para decidir sobre os honorários, uma vez que não seria possível estabelecer o mesmo valor para os advogados em todos os Estados. Além do mais, destacou a fonte, a proposta de Brasília teria como objetivo apenas instituir um piso, e não reduzir os ganhos dos advogados.

Em uma tentativa frustrada de acalmar os ânimos, Lúcio teria proposto que fosse convocada outra reunião para tratar do assunto, mas com a presença de juízes e procuradores, que iriam informar à classe se a fixação de honorários poderia ou não ser realizada da maneira levantada. A sugestão não agradou nem um pouco a classe.

“Lúcio Flávio sempre defendeu que os advogados não podiam mais ficar ‘de cabeça baixa’ e agora defendeu a chamada de magistrados para opinar em um assunto que interessa a uma grande área da advocacia e, mais, interfere em toda a manutenção da atividade”, destacou a fonte ouvida pela reportagem.

A reportagem do Jornal Opção tentou entrar em contato com Lúcio Flávio, mas as ligações não foram atendidas.