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“O PL 1472 é necessário, mas insuficiente para o consumidor final em um ambiente de alta do preço internacional do petróleo”, afirmou o coordenador-geral da Federação

A Federação Única dos Petroleiros (FUP), reconheceu que o Projeto de Lei 1472/2021 pode possibilitar uma política de estabilização dos preços dos combustíveis, que leva em conta custos internos de produção de petróleo e derivados, ao contrário do vigente Preço de Paridade de Importação (PPI).

Mesmo que no texto da PL não contenha alterações como a criação de Imposto de Exportação (IE) sobre o petróleo bruto, a FUP continua mantendo seu posicionamento. Dentre os argumentos, estão que a PL faria com que o país fosse mais autônomo. “O PL 1472/2021 é um primeiro passo para a autonomia do país e dos brasileiros que ganham seus salários em real, mas compram combustíveis a valores em dólar, por causa do PPI, uma política que empobrece o trabalhador e enriquece os acionistas da Petrobrás”, afirmou o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar.

Bacelar acompanhou a aprovação da matéria nesta quinta-feira,10, no plenário no Senado Federal, e criticou a gestão do Governo Federal e da Petrobrás para lidar com a crise dos preços dos combustíveis. “O projeto de lei, é o resultado de uma bancada de oposição que não aposta no quanto pior melhor, e que precisou apresentar uma medida paliativa, em um cenário de omissão do governo federal e da gestão da Petrobrás, que terceirizaram parte do problema para os governadores”, afirmou.

O dirigente da FUP afirmou ainda que, embora o Executivo e a direção da Petrobrás insistam em manter o PPI, a oposição no Legislativo, por meio do PL 1472, está possibilitando a criação de uma lei que pode tornar ilegal a política de preços tal como praticada hoje. “Não há solução definitiva para a inflação de combustíveis que não passe pela mudança no PPI, pela revisão das políticas de desinvestimentos, e de refino e distribuição da Petrobrás”.

Com o PPI e em meio a guerra entre Rússia e Ucrânia, o Brasil ficou ainda mais exposto e vulnerável à escalada dos preços internacionais. Isso porque o PPI, adotado em outubro de 2016, promove reajustes nos combustíveis baseados nas cotações internacionais de petróleo, variação cambial e custos de importação de derivados, mesmo o Brasil sendo autossuficiente em petróleo.

Para Bacelar, “o PL 1472 é necessário, mas insuficiente para o consumidor final em um ambiente de alta do preço internacional do petróleo, agravado ainda mais pelo conflito no Leste Europeu”. A declaração da FUP vieram à tona no mesmo dia em que a Petrobrás anunciou novo aumento no gás de cozinha e nos combustíveis. Os aumentos serão de R$ 0,61 na gasolina e de R$ 0,90 para o diesel, o que significa uma elevação de 18,8% e de 24,9%, respectivamente.