Projeto com crianças autistas de clínica de Goiânia pode virar modelo nacional, diz ministra da Saúde
18 julho 2023 às 14h59
COMPARTILHAR
A Clínica Teia da Agir, um projeto que atende pouco mais de 100 crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) em Goiânia, ganhou destaque com a visita da ministra da Saúde, Nísia Trindade, no início desta semana. Segundo ela, o atendimento prestado pela instituição pode se tornar referência para o Sistema Único de Saúde (SUS).
Na visita, Nísia afirmou que o projeto que ela conheceu aqui na capital de Goiás está alinhado com que o governo federal pensa em ter no SUS de todo o país, mas com algumas adaptações. “Se colocarmos isso em nível nacional, ainda será necessário realizar adaptações seguindo as condições de cada estado”, acrescentou.
A ministra tomou conhecimento do serviço prestado aqui em Goiânia depois de um encontro com o senador Jorge Kajuru (PSB) no Ministério da Saúde. Depois disso, o parlamentar teria articulado para que Nísia conhecesse in loco o projeto que oferece atendimento terapêutico as pessoas do espectro autista, fundamentado na ciência.
Atendimento gratuito
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), a Clínica Teia acaba de ser credenciada no SUS, regulada na rede de saúde de Goiânia, e já vai abrir os agendamentos nesta semana para crianças de até 5 anos que se enquadram no protocolo instituído pela instituição. Mas expectativa que o projeto seja ampliado para outras cidades do interior de Goiás.
Segundo a Secretaria de Estado da Saúde (SES), o governador Ronaldo Caiado (UB), que também conheceu a iniciativa via senador Kajuru, trata a questão como prioridade e avalia a demanda e a possibilidade de levar esse serviço para rede pública estadual.
Segundo o diretor da clínica, Eliezer Rangel, atualmente, 29 profissionais da área da assistência fazem o atendimento de forma gratuita. São sessões de fonoaudiologia, psicologia, terapia ocupacional, psicomotricidade e psicopedagogia, que, combinadas, ajudam as crianças a atingirem os marcos de desenvolvimento para a idade de cada uma delas.
Eliezer explica que cada paciente recebe 10 intervenções semanais dentro de um plano elaborado de forma individualizada para cada criança. “As crianças que estão com a gente desde o início evoluíram absurdamente nos últimos dois anos com a intervenção correta”, comentou o diretor.
Uma vez dentro da clínica para fazer o tratamento, não existe prazo para receber alta. No entanto, uma vez tendo alta, segundo o diretor, as famílias são ensinadas a dar continuidade aos estímulos necessários que garantem a evolução da criança. “Quanto mais cedo a intervenção, melhor o resultado. As terapias melhoram a comunicação e as habilidades dessas crianças para que elas tenham autonomia e funcionalidade”, explicou Eliezer.
Breve histórico
O projeto existe desde o final de 2020. No início de 2021, atendia 30 crianças. No segundo semestre desse ano, dobrou o atendimento e já tinha 60 pacientes. Em 2022, 100 pessoas já era atendidas e no fim do ano passado atingiram a marca de 100 pacientes, sendo que a capacidade é de 120 atendimentos.
Leia também: