Professores da UFG entram em greve nesta terça. Veja o histórico que culminou nessa decisão.

06 maio 2024 às 09h35

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Os docentes da Universidade Federal de Goiás (UFG) entrarão em greve por tempo indeterminado a partir desta terça-feira, 7. Os professores da instituição de ensino decidiram pela paralisação após um plebiscito eletrônico organizado pelo Adufg-Sindicato, entidade sindical que representa os servidores da universidade. Dos 1.324 docentes votantes, 657 (49,62%) optaram pela greve, enquanto 652 (49,24%) foram contra, além dos 15 professores que se abstiveram na votação.
Devido à diferença de cinco votos, a deflagração da paralisação gerou atrito dentro da comunidade acadêmica, tanto por parte dos docentes, quanto dos discentes. Comentários nos perfis das redes sociais do sindicato mostram que, para além dos estudantes, parte dos próprios professores estão em desacordo quanto à deflagração.
Partindo em defesa da legitimidade do plebiscito, o presidente do Adufg-Sindicato, professor Geci Silva, afirma que a votação foi feita de forma democrática e que ela “fez valer o voto de todos de toda a categoria docente, seja por parte dos docentes em atividade ou dos aposentados”.
Veja o histórico completo do plebiscito eletrônico dos professores da UFG clicando aqui: https://www.adufg.org.br/files/1714492663-apuracao-plebiscito-greve-ufg.pdf.
Histórico de reivindicações
Os docentes das Universidades Federais de Goiás, representados em nível regional pelo Adufg-Sindicato e em nível nacional pela Proifes-Federação, estão em luta reivindicando recomposição salarial, reestruturação de carreira para professores do Magistério Superior (MS) e os do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico (EBTT). Também reivindicam suplementação do orçamento das Instituições Federais de Ensino Superior, reajuste nos benefícios e criação de classe de entrada no MS, a fim de tornar a carreira mais atraente para os jovens.
Desde o início de 2023, a categoria se encontra em negociação com o governo por meio da Mesa Nacional Permanente de Negociação e das mesas específicas para servidores da educação, reabertas neste ano pela atual gestão do Executivo Federal.
A última proposta do Governo Federal foi apresentada no dia 19 de abril pelo secretário de Relações de Trabalho, José Lopez Feijó, durante a última reunião da Mesa Específica e Temporária da Área da Educação. Na proposta, o reajuste zero para 2024 foi mantido devido à “falta de espaço no orçamento”. Para os anos de 2025 e 2026, o governo trouxe, respectivamente, previsão de 9% e 3,5% de reajuste, além de reajustes nos benefícios.
A Proifes-Federação, entidade sindical nacional dos docentes federais da qual o Adufg-Sindicato faz parte, reconhece que “houve avanços em relação à proposta original”, mas reafirma que “há necessidade de melhorar a proposta”.
Acompanhe a contraproposta apresentada ao Governo Federal pela Proifes-Federação na íntegra: https://www.adufg.org.br/files/1714657809-oficio-no-40-2024-contraproposta-srt-sec-feijo-30-04-1.pdf
Sobre a mobilização para a greve, o Adufg afirmou em nota que: “A diretoria do Adufg-Sindicato também convocará, nos próximos dias, uma reunião com o Conselho de Representantes. O objetivo é construir uma comissão de mobilização dentro da UFG, para desenvolver atividades e visitar as unidades acadêmicas. Em relação à assembleia, a convocação deverá ocorrer tão logo o Governo Federal se manifeste sobre a contraproposta encaminhada pela Proifes-Federação.”
Em Goiás

Indo na contramão da UFG, os docentes da Universidade Federal de Jataí (UFJ) e da Universidade Federal de Catalão (UFCat) rejeitaram a possibilidade de greve nas respectivas instituições.
Na UFCat, 55 dos 90 professores que votaram no plebiscito eletrônico organizado pelo sindicato se manifestaram contra a greve. Esses docentes representam 61,11% do total. Enquanto isso, 34 docentes (37,77%) foram a favor da greve e só um professor (1,11%) se absteve.
Em Jataí, 105 (56,75%) dos 185 docentes que participaram da votação foram contra a adesão à greve, enquanto 78 foram favoráveis. Foram registradas 2 abstenções no plebiscito da UFJ.

Apesar da negativa pela greve dos docentes em Jataí e em Catalão, o presidente da entidade reforça que a luta pelos direitos dos docentes segue. Geci Silva afirma que “reajuste zero” é inaceitável e reforça: “Nossa posição sempre foi de continuar lutando em busca do reajuste salarial, da reestruturação da carreira e de melhores condições de trabalho”.
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