Secretária prestou contas, nesta terça-feira, 23, de quadriênio da Saúde de 2018

Priscila Tejota diz que Fátima Mrué tem dificuldade de admitir erros na Secretaria de Saúde
Foto: Francisco Costa / Jornal Opção

A secretária municipal de Saúde, Fátima Mrué, participou, nesta terça-feira, 23, de audiência na Câmara Municipal de Goiânia. Na ocasião, ela apresentou os números de sua pasta (SMS), referentes ao ano que passou, para a Comissão de Saúde e Assistência Social.

Após a mostra, a presidente da Comissão de Saúde e Assistência Social, Priscila Tejota (PSD), afirmou que não ficou satisfeita e que a secretária tem dificuldade em admitir os fatos indicados. Segundo ela, 47 unidades de Postos de Saúde da Família (PSF) estão sem médicos.

Além disso, Tejota afirma que o PSF apresentou o pior índice de atendimento básico da história no ano passado. Segundo o relatório, a cobertura populacional estimada pelas equipes de Atenção Básica foi de 45%.

Pediatras

Ainda segundo Priscila, existe o sucateamento das unidades de Saúde e dificuldades em contratar pediatras. Ela citou o edital que está aberto, mas que não consegue atingir o percentual de vagas, mesmo disponibilizando salário adequado.

“É muito grave não ter médico de Goiás”, afirmou ela ao lembrar que apenas 12 profissionais de outros Estados assinaram contrato para atuar na pediatria municipal. “Isso demonstra dificuldade da gestão em se comunicar”.

Apresentação

Segundo o gráfico apresentado por Mrué, foram aplicados 18,05%, dos 15% obrigados por lei, dos recursos do município na saúde. Apesar de ser inferior aos 20,73% de 2017, a titular da pasta diz que o montante foi equivalente, uma vez que aumentou a arrecadação.

Vale destacar que as receitas para apuração e aplicação e ações e serviços públicos de saúde, em 2018, foram de cerca de R$ 2,7 bi. Destes, foram retirados os 18,05% já citados.

Auditorias

Na ocasião, Fátima também evidenciou que foram feitas 884 auditorias, sendo 543 concluídas e 341 programadas. Estas envolvem pagamentos de valores complementares, credenciamentos de leitos de UTI, prontuários, denúncias e mais.

Estas, é preciso pontuar, foram solicitadas, em sua maioria (79,5%), por prestadores de serviços da saúde.

Outros dados

Em relação às internações hospitalares, foram 79.521 por procedimentos cirúrgicos e 60.165 para clínicos. Há, ainda, 594 para transplantes de órgãos e 293 com finalidades diagnósticas.

Ao todo, somaram-se 140.573 internações, com valor gasto aproximado de R$ 249 milhões. Destes, mais de R$ 150 foram em  procedimentos cirúrgicos.

Ainda segundo o relatório apresentado por Mrué, foram 14.405 internações em UTI, sendo 6.403 por pacientes de Goiânia e 8.002 de outros municípios.

Já em relação ao SUS, a pasta atendeu 99,12% dos casos  de atenção básica (709.964 de 716.254); 17% dá atenção especializada (192.495 de 1.133.592); e 81,83% de urgência (667.730 de 815.963).

Internações

Dentre os principais motivos de internação, o relatório apontou, para os residentes de Goiânia, as lesões diversas (11.260), gravidez  (11.134) e doenças do aparelho respiratório (6.355).

Entre os hospitais que mais atenderam em 2018, estão o Hugol, Hugo e Hospital das Clínicas. Porém, os que mais faturaram foram Hospital do Câncer, Hugo e Santa Casa da Misericórdia. Segundo Mrué, a diferença se deve aos altos custos de procedimentos cirúrgicos.

Debate

Após a apresentação, os vereadores informaram suas demandas à secretária Fátima Mrué. Priscila Tejota questionou o investimento per capita da Saúde no município e a titular da pasta justificou que a cidade tem que investir o mínimo de 15% dos recursos no segmento. Já o Estado, deve passar 12%, conforme ela.

Mrué explica, ainda, que essa avaliação per capita é utilizada somente pelo Governo Federal. Dr. Gian (PSB) questionou sobre os leitos de UTI, no que Fátima disse que concentrar todos em Goiânia não é a solução. “O governo do Estado deve fazer a regionalização. Por enquanto, vamos absorvendo dentro do possível”, respondeu.

Mais indagações

Já o vereador Divino Rodrigues (Pros) explicitou que algumas unidades de Saúde têm mais de 30 anos sem reformas. A titular da pasta disse não ser possível reformar mais de 80 ao mesmo tempo, mas que 61 passaram por obras, inicialmente.

Andrey Azeredo (MDB) cobrou transparência dos dados da pasta e a secretária garantiu que um portal está em construção. “Um painel de dados em tempo real para acompanhar todas as áreas”, elucidou.

Por sua vez, Dra. Cristina (PSDB) disse que o relatória continha informações equivocadas. Segundo ela, considera-se atendimento a simples indicação no local. Mrué rebateu e afirmou que “os atendimentos computados são com registro médico”.

Todos os parlamentares reforçaram a situação grave da saúde municipal e pediram socorro pelos cidadãos.