Primeira-ministra de Bangladesh renuncia e foge do país em meio a onda de protestos que deixou 300 mortos
05 agosto 2024 às 10h03
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A primeira-ministra de Bangladesh, Sheikh Hasina, renunciou ao cargo nesta segunda-feira, 5, em meio a uma onda de protestos contra o governo, que já deixou 300 mortos. Hasina, que estava no poder havia 15 anos, fugiu para a cidade de Agartala, no nordeste da Índia, logo após entregar o posto.
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O comando das Forças Armadas anunciou a formação de um governo interino comandado pelos militares. Um dos países mais populosos do mundo, Bangladesh, no sudeste asiático, vem sendo palco de protestos estudantis nas últimas semanas, o que resultou em centenas de mortos.
Os manifestantes protestam contra o sistema de cotas do governo que reserva um terço dos empregos públicos para parentes de veteranos da guerra contra o Paquistão, em 1971, quando Bangladesh se tornou independente e virou um país. Também nesta segunda, milhares de manifestantes invadiram a residência oficial da premiê, na capital Daca.
Pela manhã, a internet chegou a ser bloqueada no país inteiro, após um fim de semana com manifestações massivas e violentas. Em pronunciamento, o chefe das Forças Armadas, Waker-uz-Zaman, disse que o governo interino funcionará até que uma solução para o país seja encontrada.
A política de cotas havia sido abolida em 2018, mas foi restabelecida em junho deste ano. Em janeiro, manifestantes já haviam feito uma onda de protestos contra a premiê Sheikh Hasina após ela se reeleger em um pleito do qual a oposição se retirou alegando fraude.
Os protestos, liderados por grupos de estudantes do país, começaram em julho de forma pacífica, mas se tornaram violentos após embates com a polícia e com grupos pró-governo. Analistas do país também apontam a influência das difíceis condições econômicas, incluindo inflação alta, aumento do desemprego e esgotamento das reservas estrangeiras.