Condenado pela morte da publicitária Polyanna Arruda praticava “bença tia” de dentro da CPP
10 outubro 2014 às 11h20

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Dois dos integrantes do grupo estavam presos na Penitenciária Odenir Guimarães. Um deles é Assad Haidar de Castro, acusado de assassinar a empresária
A Polícia Civil cumpriu cinco mandados de prisão na madrugada desta sexta-feira (10/10) contra suspeitos de serem integrantes de uma quadrilha que praticava o golpe conhecido como “bença tia”. Dois dos envolvidos, Robson Rangel e Assad Haidar de Castro, cumpriam pena na Penitenciária Odenir Guimarães (Pog), no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia.
As investigações apontam que Robson Rangel teve participação em outros crimes e têm várias passagens por tráfico de drogas. Ele ficou conhecido pelo envolvimento com a máfia dos combustíveis em Goiânia.
Já Assad Haidar é um dos envolvidos na morte da publicitária e empresária Polyanna Arruda Borges Leolpodino, em 23 de setembro de 2009. A jovem foi torturada, violentada e assassinada após ter sido vítima de assalto. Em outubro de 2012, ele foi condenado a 45 anos de prisão por latrocínio (roubo seguido de morte), ocultação de cadáver, estupro e formação de quadrilha.
O Golpe
A dupla era responsável por fazer as ligações para as vítimas de dentro da Pog. Segundo as investigações, eles ligavam para números aleatórios e se passavam por parentes. Uma característica em comum nas chamadas, era o pedido para colocar créditos nos celulares dos criminosos. “Depois avisavam que estavam precisando de dinheiro para arrumar o carro, por exemplo. Só depois de depositarem o dinheiro as pessoas percebiam o golpe”, informou o agente da Polícia Civil Vinicius Rego Borges ao Jornal Opção Online.
As apurações apontaram também que outro ponto em comum era o fato de eles pedirem que o dinheiro fosse enviado sempre via depósito em agências lotéricas, o que dificultou as investigações.
Os outros envolvidos são Klemerson Marçal de Oliveira, Lucélia da Silva Marques e Karoline Marçal de Oliveira, que é esposa de Assad Haidar e irmã de Klemerson. Conforme a polícia, os suspeitos conseguiam pessoas para agirem como laranjas para poderem receber os valores depositados nas contas bancárias. Klemerson Marçal tem passagem por roubo, receptação, tráfico de drogas e associação para o tráfico.
Com participação no crime, Lucélia da Silva foi presa quando estava a caminho da penitenciária para entregar objetos aos líderes da quadrilha. De acordo com a polícia, a mulher fazia serviços bancários, comprava produtos com dinheiro do golpe e pagava os laranjas que emprestavam as contas.
Com a divulgação das informações das contas bancárias e dos nomes das pessoas que atuavam como laranjas, a polícia pretende facilitar a identificação das vítimas. Até o momento, não foi divulgado o número de vítimas nem a quantia desviada.
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