Presidente do PMDB de Goiás diz que partido deve “aclamar” rompimento com Dilma
28 março 2016 às 20h09
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Conversas em Brasília sugerem que não haverá nem votação para definir os rumos da aliança, revela o deputado federal Daniel Vilela
Presidente do PMDB de Goiás, o deputado federal Daniel Vilela revelou ao Jornal Opção, na noite desta segunda-feira (28/3), que pode nem sequer haver votação para decidir os rumos da aliança com o governo da presidente Dilma Rousseff (PT).
Segundo o goiano, há a possibilidade real de que o PMDB opte pelo rompimento em uma espécie de aclamação. “O script já está pronto. Estão falando que nem vai ter votação, que será uma decisão quase que unânime”, completou.
Na tarde desta terça-feira (29), o vice-presidente Michel Temer — que é presidente nacional do PMDB — comandará uma reunião com toda a executiva e todos os diretórios para definir se rompe, ou não, a aliança com o PT.
Ao que tudo indica, e o que aposta o próprio Daniel, o PMDB deixará a atual administração. “Está insustentável defender o governo. Perdeu todas condições de reagir, de superar os problemas econômicos e sociais nos quais o País está afundado”, lamentou ele.
O PMDB de Goiás aprovou, na última semana, uma moção, que foi encaminhada à executiva nacional, em apoio ao rompimento com Dilma e o PT. Na mesma linha, outros 13 diretórios fizeram o mesmo (ou seja, um total de 14, dos 27) — entre eles, os de Minas Gerais, Santa Catarina e Bahia.
Para Daniel Vilela, chegou a um ponto que está ficando ruim para o próprio PMDB não admitir a inabilidade do governo de conduzir o País. “Ficar na contramão do que está claro e forte em toda a sociedade? O Brasil está acima de tudo, acima de alianças partidárias… Não podemos deixar o País derreter”, arrematou.
Agenda impeachment
Questionado sobre o posicionamento do partido com relação ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) — em curso na Câmara dos Deputados –, o presidente do PMDB de Goiás negou qualquer definição neste sentido para a reunião desta terça-feira. “Não acredito que haja nada programado neste sentido”, asseverou.
Daniel Vilela aproveitou para rebater “cobranças” de alguns setores da sociedade com relação a seu posicionamento sobre o tema: “No momento em que a pauta for levada ao Plenário, apresentarei minha decisão. Não farei de impeachment uma bandeira. Não dá para tripudiar em cima disso”.