Afastamento foi determinado após acusação de assédio moral e sexual protocolada por funcionária da CBF na última sexta-feira, 4; para o diretor de Governança e Conformidade da CBF, André Megale, a licença de Caboclo é essencial para que a entidade continue a desempenhar suas atividades

Presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Rogério Caboclo | Foto: Reprodução

Presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Rogério Caboclo, é afastado após determinação da Comissão de Ética à diretoria da entidade. A ordem é que o dirigente permaneça por, no mínimo trinta dias fora do cargo. O prazo tem possibilidade de prorrogação. O afastamento foi determinado após denúncia de assédio moral e sexual protocolada por funcionária da CBF na última sexta-feira, 4.

Durante esse período, em que Rogério deve utilizar para se defender da acusação, quem assume o cargo é o vice-presidente mais velho da entidade, Antônio Carlos Nunes – mais conhecido como Coronel Nunes. O afastamento de Caboclo já era esperado pela diretoria da CBF, mas a articulação mais recente, que a oficializou, envolveu cinco dos oito vices da entidade.

“Nos casos de urgência comprovada, a Diretoria da CBF poderá afastar, em caráter preventivo, qualquer pessoa física ou jurídica direta ou indiretamente vinculada à CBF que infrinja ou tolere que sejam infringidas as normas constantes deste Estatuto ou do Estatuto da FIFA ou da Conmebol, bem como as normas contidas na legislação desportiva e nos regulamentos da CBF”, justificou a diretoria, que tem o poder de executar o afastamento, segundo o artigo 134 do Estatuto da CBF.

A defesa de Rogério Caboclo, no entanto, respondeu que “ele nunca cometeu nenhum tipo de assédio e vai provar isso na investigação da Comissão de Ética”. Caboclo, inclusive, resistiu a se afastar do cargo e deu sinais que lutará para reassumi-lo.

Com o afastamento de Caboclo, a lista de presidentes da CBF que, por motivos diversos, acabaram não cumprindo seus mandatos por completo, aumenta. Esse foi o mesmo destino que tiveram Ricardo Teixeira, após renúncia em 2012, ao ser denunciado por corrupção, José Maria Marin, que foi banido pela Fifa em 2015, e Marco Polo Del Nero, afastado em 2017 e oficialmente banido no ano seguinte.

O diretor de Governança e Conformidade da CBF, André Megale, explicou, em carta enviada a Caboclo, que o afastamento temporário de Rogério seria essencial para que os envolvidos na denúncia fossem preservados. No texto, ainda mencionou que só assim a CBF poderia “continuar a desempenhar suas atividades, em benefício de toda comunidade do futebol brasileiro”.