Pré-candidatos à OAB Goiás repudiam agressão contra advogado e pontuam medidas futuras
24 julho 2021 às 08h38
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Caso do advogado Orcelio Ferreira Silverio Júnior agredido durante uma ocorrência policial, em Goiânia, na última quarta-feira, 21, tem repercutido na advocacia goiana que unida pede pela sejam asseguradas as prerrogativas da categoria
A agressão ao advogado Orcelio Ferreira Silverio Júnior, de 32 anos, que aconteceu durante uma ocorrência policial, em frente ao Camelódromo da Praça da Bíblica, em Goiânia, na última quarta-feira, 21, tem gerado repúdio por parte de todos os advogados. Ao Jornal Opção, todos os pré-candidatos à presidência da OAB Goiás demonstraram posicionamento negativo a conduta dos policiais e destacaram medidas que podem ser apresentadas futuramente.
Veja o que dizem os pré-candidatos à OAB-GO:
Rodolfo Otávio Mota
O Movimento Advocacia Unida entende que o episódio das agressões sofridas pelo advogado Orcélio Ferreira Jr. não deve ser tratado como fato isolado e requer uma ação mais abrangente por parte da advocacia, em diálogo com as forças de segurança do Estado, no sentido de preservar os diretos e a integridade de todos os cidadãos.
Já havíamos elaborado como proposta de pré-campanha um projeto mais abrangente de estabelecer uma parceria de diálogo e entrosamento entre a OAB-GO e as polícias, para não trabalharmos somente em torno de emergências, como a registrada na última quarta-feira (21). Este projeto será apresentado nos próximos dias à sociedade. Temos que agir de forma proativa, integrada e permanente para que situações condenáveis como esta não se repitam e para que se estabeleça uma relação mais produtiva e respeitosa entre as instituições e os indivíduos no exercício profissional. Na verdade, precisamos melhorar as condições de trabalho e de relacionamento com todas as instituições, a exemplo da polícia. Somos a voz da cidadania e a OAB-GO tem que assegurar as prerrogativas dos advogados goianos.
Pedro Paulo de Medeiros
Para o pré-candidato Pedro Paulo de Medeiros, o episódio foi “absolutamente inadmissível, nauseoso, gravíssimo e representa um verdadeiro limite, um divisor de águas para a advocacia, no sentido de que tais ocorrências não poderão mais, definitivamente, serem admitidas”. Ele afirma que, caso eleito, trabalhará de forma preventiva tendo por viés retomar o prestígio e respeito da advocacia goiana, algo que já existiu mas que ele entende ter se perdido e que é um fato causador desse tipo de evento.
Assegurou, ainda, que situações como essa serão tratadas com um conjunto de ações integradas. Cuidar pessoalmente das questões de violação das prerrogativas, agir com rigor nos casos graves e atuar pessoalmente. Promover a regionalização da Procuradoria de Prerrogativas, o que possibilitará que a OAB-GO aja de forma rápida e eficiente em todas as regiões do estado e, uma gestão com total independência política institucional, para poder cobrar e agir em favor da advocacia sem compromisso com alianças políticas”.
Rafael Lara
O pré-candidato, Rafael Lara também escreveu sobre o caso se referindo como, “lamentável episódio de um colega advogado sendo covardemente agredido por policiais. Os vídeos, horríveis de se assistir, mostram socos, empurrões e, ao final, um advogado algemado no chão apanhando na cara. Agredir alguém algemado é sinônimo de tortura. Não tem desculpa. Não tem justificativa. Quando um advogado é agredido dessa forma, todos nós somos, toda a sociedade o é”.
Segundo Lara, a OAB agiu rápido. “O presidente não apenas acompanhou pessoalmente na Central de Flagrantes o caso, como a Ordem acompanhou o depoimento, repudiou o ato e oficiou todas as autoridades necessárias para busca da apuração e punição dos responsáveis. Suficiente? Nunca é e nunca será. Estaremos vigilantes e acompanharemos de perto. Buscar reparação exemplar e dar exemplo de que a advocacia estará sempre vigilante e pronta para agir. É preciso pensar duas vezes antes de se agredir um advogado. Aliás, sequer deve-se pensar no assunto. Vamos agir com coerência e firmeza. Não é hora de politizar um episódio tão lamentável e sim de dar as mãos mostrando força de toda a advocacia”, afirmou.
Valentina Jungmann
Para a pré-candidata, Valentina Jungmann a situação é inaceitável. “Eu não estou falando apenas porque era um colega, um advogado, mas isso é inaceitável com o ser humano, ser tratado com aquela violência por parte de uma polícia de elite, uma polícia que tem que estar preparada para situações muito mais graves que envolvem muito mais perigo. Essa é uma situação inaceitável. Estamos não só em defesa do advogado e de suas prerrogativas, mas também com o direitos humanos e eu digo que a OAB ela tem uma das finalidades é de defender os advogados”.
“Vejo que a OAB deve assumir esse papel em defesa do advogado e adotar as medidas cabíveis. Eu sou conselheira federal e o Conselho também vai atuar nesses casos, já que esse sentimento de inconformismo também é do Conselho Federal. Se eleita, certamente uma das principais bandeiras vai ser a valorização da advocacia e também a defesa veemente das prerrogativas da advocacia. Eu te digo que, prerrogativa não significa privilégios, mas condições mínimas para que esse profissional possa defender o direito de outrem”, declarou Jungmann.
Julio Meirelles
O pré-candidato Julio Meirelles classificou o ato de agressão como uma barbaridade e covardia. “A Polícia Militar, os órgãos de segurança pública eles se prestam a proteger o cidadão e não atacar, foi algo cruel e covarde que foi feito contra um advogado. Nós ficamos perplexos com a situação e estamos agora atuando em união com todos os advogados, que é o que deve acontecer, a união de todos os advogados para que cobremos todos juntos uma providência com relação a essa situação”.
“Esses casos acontecem com certa frequência, mas se a cada ataque que afronta a prerrogativa do advogado, se a cada abuso de poder se tomasse enérgicas providências e responsabilizasse civil e criminalmente o ofensor, diminuiria. E caso eleito, pretendemos tornar a cada uma ofensa e abuso deveremos tomar uma ação enérgica contra o ofensor, inclusive cobrando do estado”.