Delegacia de Crimes Contra o Meio Ambiente constatou captação irregular de água do Rio Araguaia e construção de oito barragens sem licenciamento

A Polícia Civil, por meio da Delegacia de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente (Dema), indiciou e multou em mais de R$ 4,3 milhões um fazendeiro por crimes ambientais em Jussara.

Luserique Quintal, de 60 anos, é dono de duas fazendas na região e montou um sistema ilegal para retirar água do Rio Araguaia e distribuir pelas propriedades. De acordo com as investigações, por hora, eram captados 11 mil metros cúbicos de água (11 milhões de litros).

Dos 29 pivôs de irrigação encontrados na propriedade pela polícia, quatro estavam em áreas de preservação permanente, além de oito barragens construídas sem licença, e um canal para captação direta de água, com oito quilômetros de extensão e capacidades de vazão de 11 mil metros cúbicos de água por hora.

Segundo o delegado Luziano Carvalho, após a instauração de vários inquéritos, descobriu-se que o autor iniciava as atividades sem licença, e depois procurava legalizá-las de forma fracionada para não levantar suspeitas. Nas propriedades está o maior número de pivôs centrais funcionando em Goiás.

Além das recomendações para recuperação das áreas de preservação e reflorestamento, o proprietário deverá desativar o funcionamento dos pivôs até a regularização de todo o empreendimento. “Não podemos alegar que estamos ‘produzindo mais’ destruindo um dos maiores patrimônios naturais que temos”, explicou o delegado.

Outros inquéritos foram abertos – em ações conjuntas entre Polícia Civil, Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Infraestrutura, Cidades e Assuntos Metropolitanos (Secima) e Polícia Técnico-Científica – ficou constatado que ele também cometeu outros delitos ambientais.