Um empresário suspeito de liderar a invasão de uma fazenda avaliada em R$ 10 milhões na região do Vale da Lua, na Chapada dos Veadeiros (GO), é alvo de operação da Polícia Civil (PC) nesta segunda-feira, 29. A corporação goiana cumpre mandado de busca e apreensão na residência de Helder Rodrigues Zebral, em Brasília.

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Helder é investigado desde o ano passado suspeito de orquestrar a invasão de sete homens fortemente armados à propriedade, a fim de tomar posse do local à força. O grupo acabou fugindo depois que a Polícia Militar de Goiás (PMGO) foi acionada.

Inicialmente, a dona da fazenda acusou outra empresária de ser a mandante do crime praticado em agosto. No entanto, a história teve uma reviravolta em novembro de 2023, quando a PC revelou que o verdadeiro mandante da trama criminosa seria Helder, ex-marido da proprietária da terra rural.

A dona da fazenda, inclusive, tinha medida protetiva contra o empresário, que foi acusado de violência doméstica por ela. A mulher alegou, por meio dos advogados Romero Ferraz Filho e Paulo Humberto Barbosa, ter sofrido violência física, psicológica e patrimonial ao longo do relacionamento com Helder (veja nota abaixo).

Ex-marido queria desfrutar do local 

A PC informou que a propriedade milionária está no centro de uma disputa sobre quem seria o real proprietário das terras. Helder tentou tomar o local com o objetivo de desfrutar e usufruir da exploração turística da propriedade, localizada em uma área valorizada da Chapada. 

Na data da invasão, os suspeitos foram até a fazenda em veículos particulares, com uso de sirene e giroflex nos automóveis. Ao chegarem à propriedade, abordaram os caseiros, disseram que eram policiais e que estavam no local para cumprir um “mandado de reintegração de posse”.

No momento da invasão, que ocorreu com violência, os caseiros pediram a documentação e entraram em contato com a empresária. Ao tomar conhecimento do caso, a mulher acionou a Polícia Militar de Goiás, fazendo com que o grupo fugisse.

Os suspeitos foram presos momentos depois pela corporação a caminho de uma rodovia. Entre os sete detidos havia um policial militar da reserva do Distrito Federal, um guarda civil municipal e um instrutor de tiro da Guarda Civil Municipal de Planaltina (GO).

Após serem levados para a delegacia, apenas um dos sete suspeitos ficou preso, por porte ilegal de arma. Em nota enviada à imprensa, a defesa do empresário alegou que ele é “inocente de todas as acusações e que continuará colaborando com as autoridades”.

Nota da defesa da proprietária da fazenda:

“Nos últimos anos ela tem sofrido, amargamente, de um stalking que perpassa por violências psicológicas, patrimoniais e morais pelo ex-companheiro Helder Zebral, que a todo tempo, de forma deliberadamente dissimulada, tenta enganar o Poder Judiciário com narrativas falsas a fim de continuar a promover as violências patrimoniais, psicológicas e morais, se valendo, inclusive, mas não somente, de terceiros para prejudicar Ana Paula, pessoa de grande e notável idoneidade e credibilidade.

Há vários elementos que comprovam que Helder Zebral está por traz de todas as ações que trouxeram prejuízos a Ana Paula nos últimos tempos, incluindo a invasão da área objeto da investigação que motivou essa busca e apreensão, o fogo que o ex-funcionário do Helder Zebral colocou na casa de Ana Paula e escreveu a palavra ‘morte’ de vermelho nas paredes brancas, assim como as ações em que seus laranjas, Marcelo Carlos Gonçalves Junqueira, Raif Jibran Filho e Carla Costa de Vasconcelos (também alvo desta busca e apreensão), movem contra ela na justiça sem ter direito algum sobre as áreas que Ana Paula comprou e pagou, além de não possuírem histórico de lastro financeiro lícito para aquisição de tais bens”.

O Jornal Opção não localizou a defesa de Marcelo, Raif e Carla para que se posicionassem.