Presidente do diretório peemedebista em Goiás afirma que não é possível prever futuro da aliança. E nem do governo Temer

Daniel Vilela durante coletiva de imprensa | Foto: reprodução/ Facebook

O deputado federal Daniel Vilela, que é presidente do diretório do PMDB em Goiás, afirmou, durante coletiva de imprensa, que não é possível prever o futuro da aliança entre seu partido e o PSDB no âmbito federal. Após os tucanos ensaiarem debandada do governo de Michel Temer (PMDB), a manutenção dependerá, segundo ele, das “nuances” futuras.

“É imprevisível, muito prematuro falar nisso [aliança]. Em Brasília, PSDB e PMDB não vivem momento de harmonia, daqui para lá não sabemos nem o que vai acontecer em relação ao governo federal”, alertou, se referindo às denúncias contra o presidente da República, que devem ser apresentadas pelo procurador Rodrigo Janot na próxima semana.

No entanto, o pré-candidato ao governo de Goiás em 2018 — não se classifica assim, mas é o nome natural do partido para a sucessão no estado — garantiu que, por aqui, uma dobradinha PSDB-PMDB é “impossível”: “Vamos liderar um projeto de renovação.”

As declarações foram dadas durante o segundo mutirão da Prefeitura de Goiânia, realizado na região Sul, que teve início na manhã deste sábado (24/6). Ao lado do prefeito Iris Rezende (PMDB), Daniel Vilela participou da abertura do evento. A presença do jovem parlamentar chama atenção e demonstra sua disposição em costurar uma unidade no partido.

No entanto, não é segredo para ninguém que o decano peemedebista tem fortes laços com o senador Ronaldo Caiado, do DEM — outro pretenso candidato ao Palácio das Esmeraldas. Há quem diga que Iris esteja realizando reuniões nos bastidores para angariar apoio ao democrata e até tentando inviabilizar seu próprio correligionário.

Daniel Vilela prefere evitar a polêmica e tem resposta republicana para uma possível disputa entre ele e Caiado: “A aliança PMDB-DEM está consolidada desde de 2014 e esperamos manter. Agora, a grande maioria dos filiados e líderes do PMDB se manifestaram em defesa de candidatura própria e vamos tentar construir junto com o Democratas, assim como aconteceu em 2016.”

PT

Caso não seja possível mantê-la, o presidente do PMDB Goiás deu sinais de que não sofrerá e trabalha para angariar novos apoios. “Infelizmente, ou felizmente, o modelo político brasileiro mostra que para vencer eleições é preciso de grandes alianças. A história indica que as nossas não têm sido suficientes para ganharmos. Por isso estou em contato com vários partidos, inclusive os da base do governo”, revelou.

Questionado sobre em que pé se encontra a relação entre PMDB e PT, antigos aliados no âmbito federal e também na capital (Iris Rezende rompeu com o ex-prefeito e seu ex-pupílo político, o petista Paulo Garcia para disputar a eleição em 2016), o deputado disse que não há rusgas.

“Particularmente, em Goiás, temos uma boa relação. Sou muito próximo do deputado Rubens Otoni, em Brasília, falo sempre com o ex-prefeito de Anápolis, Antônio Gomide, com os deputados Humberto Aidar, Luis Cesar Bueno, enfim, mas é muito prematura fazer previsão em relação a 2018. Não só com o PT, mas com qualquer outro partido”, reiterou.

Impeachment?

Para o deputado, ainda é “muito cedo” para falar de um eventual processo de impeachment do presidente Michel Temer (PMDB). Isso porque nem sequer foi aceito qualquer pedido pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e nem tampouco apresentada a denúncia de Janot. “É difícil fazer previsão porque ninguém tem conhecimento do conteúdo… Se houver indícios robustos, vai dificultando e o Congresso, que é a representação do povo brasileiro, não tem como fazer algo diferente do que a maioria entender. Mas é preciso aguardar a denúncia”, arrematou.