PIB poderá ter crescimento de 1,2% em 2022

17 dezembro 2021 às 06h10

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Atividade deve se normalizar, principalmente, por causa de alguns setores que vem estabilizando, tais como a cadeia da construção civil e de bens de capital
A economia brasileira terá crescimento de 1,2% em 2022. Essa é a projeção feita pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). “Esperamos que a nossa estimativa se consolida”, afirmou o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade. De acordo com ele, a atividade deve se normalizar, principalmente, por causa de alguns setores que vem estabilizando, tais como a cadeia da construção civil e de bens de capital.
Para ele, a redução do custo Brasil é fundamental para o setor produtivo, que segue engessado por problemas estruturais. “Precisamos aprovar a PEC 110, que promove uma reforma tributária ampla e vai simplificar e corrigir as distorções do sistema de arrecadação de impostos. Demos mobilizar e ampliar a infraestrutura”, frisou o presidente da CNI. Robson entende que o Brasil precisa de medidas que melhorem o ambiente de negócios e promovam a inserção internacional das empresas, assim como de políticas para atrair investimentos produtivos vinculados às cadeias globais de valor.
A CNI calcula alta de 4,7% do PIB do Brasil em 2021. Segundo Robson Andrade, a expansão do PIB neste ano reverte a queda de 2020, mas o resultado não significa que os problemas acentuados pela crise e os desafios estruturais do país tenham sido superados. “A inflação elevada, com consequentes altas nas taxas de juros, o alto endividamento das famílias, o desemprego, a escassez de insumos e matérias-primas e o custos de energia em elevação são fatores conjunturais desfavoráveis. Além disso, ainda há incertezas sobre o andamento da pandemia e o temor de algum retrocesso, como ocorre atualmente na Europa”, avaliou Robson.
Industria
Neste ano, estimasse que o crescimento da indústria chegue a 5,2%. A CNI informou que esse percentual é bem inferior à previsão do informe Conjuntural do 3º trimestre, tendo como alta de 7,9%. O gerente-executivo de Economia, Mário Sérgio Telles explicou que o PIB da indústria de transformação assumiu uma trajetória de queda ao longo de 2021. Além disso, a escassez, a alta de insumos e a de matérias-primas foram um dos fatores determinantes para a trajetória negativa da indústria.
Recuperação
O economista espera recuperar a renda real já a partir da metade de 2022, em razão da pré-pandemia e também com o aquecimento da atividade industrial. Na avaliação da CNI, quanto a inflação para 2022, o desemprego elevado, as despesas primárias do governo federal em queda real, a atividade econômica moderna e estabilidade nos preços devem fazer com que a inflação desacelere.
Saldo comercial
Em 2021, as altas de exportações e importações foram significativas, haja vista que normalização do fornecimento de insumos e matérias-primas e a taxa de câmbio real, ainda, bastante desvalorizada, darão fôlego às exportações brasileiras.