Em Goiás, PF prende 22 pessoas da maior quadrilha de tráfico de drogas sintéticas do Brasil
27 agosto 2015 às 12h31

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Organização comprava produtos químicos de laboratórios e vendia entorpecentes em farmácias. Criminosos mantinham vidas de classe média com o esquema
Em operação deflagrada pela Polícia Federal (PF) na manhã desta quinta-feira (27/8), 22 pessoas foram presas em Goiás por fazerem parte da maior quadrilha de tráfico de drogas sintéticas do Brasil. Os criminosos usavam empresas químicas como laboratórios para conseguir matéria-prima para a produção das drogas e vendiam seus produtos em farmácias.
Um ponto destacado pelo superintendente da PF em Goiás, Umberto Ramos Rodrigues, é que a organização criminosa mantinha uma vida de classe média com os crimes. “As pessoas envolvidas diretamente com o tráfico de drogas participam da classe média e da classe alta, são empresários e donos de estabelecimentos comerciais”, disse.
O delegado responsável pela operação, Bruno Gama, ressaltou ainda que um dos laboratórios clandestinos chegou a movimentar R$ 240 milhões em oito meses.
Dentre os presos estão empresários dos ramos de laboratórios e drogarias, pequenos empresários de diversos ramos e pessoas que atuavam na distribuição das drogas. Um dos mandados de sequestro de bens é referente a um prédio de 20 apartamentos localizado em Goiânia, que é de um dos envolvidos no esquema e foi adquirido com dinheiro do tráfico.
Durante a investigação, que teve início em dezembro de 2013, oito laboratórios clandestinos, sete localizados em Goiânia e um em Luziânia, foram fechados e mais um foi descoberto hoje. Também durante o cumprimento de mandados, a PF encontrou cocaína no estoque de uma das drogarias investigadas.
As investigações começaram quando foi encontrado em Goiânia um laboratório clandestino com grande quantidade de éter, produto que, com a acetona, é usado na produção de cocaína. A partir daí, a PF começou a procurar de onde vinham esses produtos, que regularmente devem ser vendidos em pequena quantidade.
Até o momento, a PF chegou a quatro drogarias que vendiam as drogas e a quatro empresas que fracionavam notas para vender grandes quantidades de produtos químicos à quadrilha.
A Operação Quinto Elemento — nomeada justamente em referência ao éter, que era considerado o quinto elemento pelos alquimistas — acontece também em outros seis estados e no Distrito Federal. Segundo a PF, as drogas produzidas em Goiás, que eram cocaína, loló e ecstasy, eram revendidas nesses estados.