A Polícia Federal (PF) afirma que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) participou como liderança do plano golpista no fim de 2022. De acordo com o relatório final da PF, a ruptura democrática não ocorreu por “circunstância alheias à sua vontade”.

“Os elementos de prova obtidos ao longo da investigação demonstram de forma inequívoca que o então presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, planejou, atuou e teve o domínio de forma direta e efetiva dos atos executórios realizados pela organização criminosa que objetivava a concretização de um Golpe de Estado e da Abolição do Estado Democrático de Direito, fato que não se consumou em razão de circunstâncias alheias à sua vontade”, diz o inquérito.

As informações constam no relatório final da PF sobre o plano golpista que incluía o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. O ministro quebrou o sigilo da investigação nesta terça-feira, 26.

Agora, inquérito foi remetido para análise da Procuradoria-Geral da República (PGR). A PGR deve avaliar as provas e decidir se denuncia ou não os investigados. O órgão também pode solicitar novas diligências.

Na última segunda-feira, 25, Bolsonaro negou ter conhecimento sobre os planos investigados pela Polícia Federal. “Esquece, jamais. Dentro das quatro linhas não tem pena de morte”, afirmou.

Bolsonaro confirmou que discutiu com aliados e militares a possibilidade de decretar estado de sítio após a derrota na disputa eleitoral de 2022. Ele alega que isso não configura golpe ou crime. “Tem que estar envolvidas todas as Forças Armadas, senão não existe golpe. Ninguém vai dar golpe com general da reserva e mais meia dúzia de oficiais. É um absurdo o que estão falando”, disse Bolsonaro.

“Da minha parte nunca houve discussão de golpe. Se alguém viesse pedir golpe para mim, ia falar, tá, tudo bem, e o ‘after day’? E o dia seguinte, como é que fica? Como fica o mundo perante a nós. (…) A palavra golpe nunca esteve no meu dicionário.”

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