A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta quinta-feira, 17, a Operação Rejeito para desarticular uma organização criminosa no setor de mineração em Minas Gerais (MG) por crimes ambientais e lavagem de dinheiro. A organização teria fraudado licenças ambientais para praticar a extração mineral em áreas de proteção ambiental no estado de Minas.

Conforme divulgado pela PF, o grupo articulava o pagamento de propina com servidores públicos estaduais e federais de fiscalização para obter licenças ambientais fraudulentas em área tombadas e de preservação. Com o documento, a organização teria feito a extração irregular de minério de ferro em larga escala, com um potencial econômico da atividade projetado em mais de R$ 18 bilhões e lucro na ordem de R$ 1,5 bilhão — elevando o risco da estabilidade ambiental e desastres sociais.

Ao todo, foram cumpridas 79 mandados de busca e apreensão e 22 mandados de prisão preventiva em desfavor dos investigados em Belo Horizonte (BH), capital mineira. Além disso, as forças de segurança solicitaram o sequestro de R$ 1,5 bilhão de ativos das contas bancárias da empresa Minerar S/A, companhia vinculada com a quadrilha.  

Segundo a PF, os alvos da operação são: Alan Cavalcante de Nascimento, apontado como o líder do grupo; Helder Adriano de Freitas, apontado como sócio de Alan e articulador de servidores públicos para efetuar as fraudes nas licenças ambientais e João Alberto Paixão Lages, sócio de Alan e articulador do esquema. 

A investigação teria começado em 2020 com a abertura do inquérito policial. Naquela época, a corporação identificou que os criminosos infiltraram em organizações como Agência Nacional de Mineração (ANM), Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Fundação Estadual do Meio Ambiente de Minas (Feam), Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), o Instituto Estadual de Florestas (IEF) além de outros. 

Três servidores apontados por receber os recursos também foram afastados, como o Fernando Baliani da Silva, servidor da Feam, Breno Esteves Lasmar, do IEF e Fernando Benício de Oliveira Paula, do Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam).

Segundo a corporação, os investigados poderão responder por crimes ambientais, usurpação de bens da união, corrupção ativa, corrupção passiva, organização criminosa, lavagem de dinheiro e embaraçamento à investigação de organização criminosa.

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