Um dia após troca de diretor da Polícia Federal e saída de Sergio Moro, Polícia Federal anuncia que investigações conduziram ao filho do presidente Jair Bolsonaro como um dos líderes de esquema de calúnia em redes sociais de adversários políticos

Carlos Bolsonaro, verador no Rio de Janeiro | Foto: Reprodução

Carlos Bolsonaro (Republicanos), vereador pelo Rio de Janeiro, foi apontado pela Polícia Federal como um dos articuladores do esquema criminoso de fake news. Uma investigação é conduzida em sigilo pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O presidente Jair Bolsonaro teria pedido informações sobre as investigações ao ex-diretor da PF, Maurício Valeixo, que teria resistido aos assédios do presidente, o que culminou em sua demissão.

Para a PF, Bolsonaro teria pressionado Valeixo porque sabia que a corporação havia chegado ao seu filho. Remover Valeixo da direção da PF poderia ajudar o presidente a obter informações e até trocar os quatro delegados que lideram o inquérito, aberto em março do ano passado pelo presidente do STF, Dias Toffoli. O grupo de fake news teria usado notícias falsas para ameaçar e caluniar ministros do tribunal.

Além de Carlos Bolsonaro, a PF também investiga a participação de Eduardo Bolsonaro, deputado federal pelo PSL de SP. O nome escolhido por Jair Bolsonaro para assumir o lugar de Valeixo é o diretor-geral da Agência Brsileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem, que teria sido indicado pelo próprio Carlos Bolsonaro ao pai.

Carlos é apontado como mentor do “gabinete do ódio”, instalado no Planalto para caluniar políticos que se colocam no caminho de Jair Bolsonaro. De acordo com aliados de Moro, conforme a PF se aproximava de Carlos, Bolsonaro aumentava a pressão pela troca de Valeixo.