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Além do afastamento cautelar da perita criminal e do servidor público que a ajudou, foi determinado a suspensão do porte de armas de fogo, apreensão das armas e quebra de sigilo telefônico

Os pedidos do Ministério Público de Goiás (MPGO) para afastamento cautelar da perita criminal Káthia Mendes Magalhães e do servidor público municipal Douglas Souza de Oliveira foram atendidos nesta terça-feira, 22, pela 1ª Vara Criminal da comarca de Caldas Novas. Além disso, foi determinada também a quebra de sigilos telefônicos dos dois e a suspensão do porte de armas e recolhimento das armas de fogo dos dois.

O promotor de Justiça Sávio Fraga e Greco, requereu também que os acusados fossem proibidos de manterem contato entre si e com os demais peritos e servidores do Serviço de Verificação de Óbito (SVO)/Perícia e ainda entre as testemunhas. Além disso, foi comunicado o ocorrido à Corregedoria da Polícia Técnico-Científica e Corregedoria do Município de Caldas Novas para a devida apuração em esfera administrativa. A juíza do caso, Vaneska da Silva Baruki acolheu integralmente as representações formuladas pelo MPGO e pela Polícia Civil.

O afastamento cautelar do agente público, de acordo com o art. 20 da Lei 8.429/92 determina que tal afastamento não implica a suspensão da remuneração do agente investigado.

Relembre o caso

Káthia era diretora da Polícia Científica de Caldas Novas e no dia 10 de março se tornou manchete nos jornais goianos depois de ter sido alvo de um atentado de assassinato enquanto dirigia. Inicialmente, a perita disse que teria sido “fechada” por um motocicleta enquanto transitava pela rodovia. O piloto da moto então, teria descido, se aproximado do carro e efetuado três disparos de arma de fogo, sendo que um antingiu de raspão a região do ombro.

A reviravolta no caso aconteceu dois dias depois, quando a própria policial confessou que forjou o atentado contra si. Segundo ela, a motivação seria o desejo de causar uma situação que lhe permitisse ser transferida de cargo e cidade. Com a ajuda de um servidor público, o homem atirou contra a perita a pedido dela. No momento, ele utilizou um revólver calibre .32 que lhe foi entregue pela mulher no dia do atentado.

A arma estava apreendida para realização de perícia, sendo retirado pela própria Káthia e entregue a Douglas, juntamente com a chave de um armário para a devolução logo após o suposto atentado. O servidor guardou novamente a arma no Posto da Polícia Técnico-Científica, depois de ter jogado as cápsulas deflagradas, munições de testes e as chaves em um rio.