Pedido de afastamento de Andrey Azeredo causa polêmica na Câmara
01 fevereiro 2018 às 11h19

COMPARTILHAR
Vereadores acusam presidente de agir contra Casa por ter supostamente determinado procuradora a não comparecer em audiência. Ele nega

A primeira sessão na volta do recesso parlamentar foi marcada por troca de acusações mútuas entre o presidente da Câmara Municipal de Goiânia, Andrey Azeredo (MDB), e vereadores da oposição.
Nesta quinta-feira (1º/2), um grupo capitaneado por Elias Vaz (PSB) e Jorge Kajuru (PRP) protocolou um pedido de afastamento do chefe do Legislativo por ter supostamente agido contra o poder em um processo envolvendo a Prefeitura de Goiânia.
Afilhado político do casal Iris Rezende e Iris de Araújo (ambos do MDB), Andrey Azeredo teria, segundo a denúncia, determinado que a Procuradoria da Câmara não comparecesse em uma audiência na semana passada, na qual foi mantida uma liminar que suspende os efeitos de uma lei aprovada pela Câmara que impede a prefeitura de cobrar o chamado IPTU Contínuo.
“O presidente tomou a decisão clara de favorecer o Paço Municipal. Ao não ter a defesa da Câmara, só teve um lado que se manifestou, a prefeitura. Pelo regimento, presidente tem obrigação de defender Casa, de encaminhar questões como essa da procuradoria. Ao não fazer, ele pode ser afastado”, argumentou Vaz.
Segundo ele, uma comissão processante deverá ser instalada, composta por três vereadores sorteados aleatoriamente, que tomará a decisão de arquivar ou abrir um processo de resolução pedindo o afastamento para o plenário votar.
Discurso

Da tribuna, o presidente da Câmara, Andrey Azeredo, disparou contra os vereadores que pedem seu afastamento, os quais acusou de usar a Câmara como “palanque eleitoreiro”, pois estes “disputam eleição constantemente”.
Segundo o emedebista, a lei aprovada pela Câmara foi promulgada dentro da lei e a Procuradoria sequer foi citada para apresentar defesa na ação direta de inconstitucionalidade (ADI) movida pela gestão Iris.
[relacionadas artigos=”115523″]
Com um levantamento em mãos, destacou que, em 2017, durante seu primeiro ano de gestão na Casa, todas as 25 ADIs propostas foram defendidas pelos procuradores legislativos. O mesmo não teria acontecido em anos anteriores, quando várias correram à revelia.
“Um dos autores do meu pedido de afastamento é vereador há mais de 16 anos, o que ele fez durante todos esses anos, se omitiu do seu papel de zelar pelo interesse da sociedade. O fez por que não tinha matéria eleitoreira. Por que não dá like em redes sociais, não é matéria em capa de jornal, por que de dois em dois anos disputa eleição”, disse, atacando Elias Vaz.
Por fim, voltou a dizer que a defesa que os vereadores fazem contra o aumento do IPTU em Goiânia tem “interesse eleitoral”: “Não queiram fazer desta Casa escadinha ou tamborete.”
Além disso, o pedido de afastamento não teria validade por que Andrey Azeredo pediu licença temporária do cargo durante o recesso parlamentar. “Não há erro meu, nem da procuradoria, muito menos do vice [Vinícius Cirqueira]”, completou.
Tréplica
Após o pronunciamento, o vereador Jorge Kajuru (PRP) ironizou uma suposta “pequenez política” do presidente da Câmara Municipal, que, segundo ele, se torcesse o tornozelo na Avenida Goiás demoraria 50 anos para ser reconhecido.
“Politicamente, discutir é muito melhor com um tubarão, como Marconi Perillo, Iris Rezende, e não com um lambari político, como é o caso de quem usou a palavra. Eu sou nome nacional, não preciso da carona de ninguém para merecer o voto da população goiana, principalmente de lambari político”, alfinetou.