Deputado Pastor Eurico (PSB-PE) disse que Xuxa fez a “maior violência” contra crianças ao participar de “filme pornô”

Deputado Pastor Eurico / Foto: Sérgio Francês
Deputado Pastor Eurico / Foto: Sérgio Francês

O deputado Pastor Eurico (PSB-PE) foi destituído da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados após hostilizar a apresentadora Xuxa Meneghel em audiência que tratava da chamada “Lei da Palmada”. Xuxa estava participando da sessão como apoiadora do projeto, que proíbe a punição física em crianças.

“A conhecida rainha dos baixinhos em 1982 provocou a maior violência contra as crianças em um filme pornô”, disse o deputado pernambucano, ao que Xuxa respondeu fazendo um gesto de coração. O anúncio da destituição do Pastor Eurico foi feito pelo líder do PSB na Câmara, Beto Albuquerque (RS), que viu a postura do colega como “intolerante, desrespeitosa e desnecessariamente agressiva”.

Ao falar do “filme pornô” do qual Xuxa teria feito parte, o Pastor Eurico se referia a “Amor, Estranho Amor”, produção de 1982 que contava com a participação de vera Fischer e Tarcísio Meira. Na história, Tamara, interpretada por Xuxa, seduz e molesta um garoto de 12 anos de idade.

Xuxa responde ao deputado com um gesto de coração / Foto: Ailton de Freitas / Agência O Globo
Xuxa responde ao deputado com um gesto de coração / Foto: Ailton de Freitas / Agência O Globo

Após ser hostilizada na sessão desta quarta, a apresentadora não pode se defender. Como não é parlamentar, não tinha direito à palavra.

Em nota, Beto Albuquerque disse que manifesta “apreço e respeito pelo empenho da referida artista, que deseja aprovar a lei que propõe a cultura da não agressão”. Para substituir o Pastor Eurico foi nomeado o deputado Júlio Delgado (PSB-MG).

Para a bancada evangélica, da qual Pastor Eurico faz parte, a lei em discussão seria uma interferência na família. O texto estabelece que as crianças têm o direito de serem educadas “sem o uso de castigos corporais ou de tratamento cruel ou degradante”. No entanto, a máxima punição prevista no projeto é a advertência, além do encaminhamento dos responsáveis pelas práticas a tratamento psicológico ou psiquiátrico.