Entre as benfeitorias anunciadas estão a volta do programa Ganha Tempo e a aquisição de 300 novos ônibus

Foto: Edilson Pelikano
Foto: Edilson Pelikano

Em reunião nesta quarta-feira (16/4), a Câmara Deliberativa do Transporte Coletivo (CDTC) determinou o acréscimo de 10 centavos à tarifa de ônibus, elevando a passagem para R$ 2,80. O novo preço passa a valer a partir do dia 3 de maio. Além do reajuste, o encontro, que durou cerca de cinco horas, suscitou em um pacote de melhorias para o setor. Entre as 10 benfeitorias anunciadas estão a volta do programa Ganha Tempo a partir de outubro deste ano, e a aquisição de 300 novos veículos.

Ao final da reunião, por volta das 20h30, o secretário da Infraestrutura e presidente da CDTC, João Balestra, se emocionou ao confirmar à imprensa o reajuste. “Com essas mudanças anunciadas esperamos uma melhor qualidade no transporte coletivo. A tarifa vai a R$ 2,80. É isso que eu tenho a dizer”, afirmou, contendo as lágrimas, retirando-se do Salão Nobre do Paço Municipal.

A previsão inicial era de que a passagem fosse para R$ 2,90. No entanto, com o anúncio de custeio de metade das gratuidades do transporte coletivo por parte da gestão estadual, o reajuste caiu para o valor anunciado. “Temos no nosso contrato de concessão regras para calcular o valor da tarifa. Tínhamos calculado a tarifa anterior em R$ 2,90. Mas, com as desonerações, esse valor pode ser reduzido, e ainda acompanhado por um pacote de qualidade”, pontuou a presidente da Companhia Metropolitana de Transporte Coletivo (CMTC), Patrícia Veras.

Voto vencido

A CDTC é formada por 11 integrantes, dentre eles, o prefeito de Senador Canedo, Misael Oliveira (PDT). Em entrevista coletiva, o político afirmou que foi o único da câmara a votar contra o aumento da passagem. Para ele, o sistema do transporte coletivo da Grande Goiânia está sendo, com a definição do reajuste, “oportunista”.

“Estão querendo colocar mais uma vez a faca no peito do usuário e usar desse momento para querer obter vantagens, por isso votei contra. Minha posição é de que, com o aporte do governo e mais o aporte que virá no final de janeiro do ano que vem, fossem mantidos os R$ 2,70 e de imediato tomasse todas as medidas possíveis. Fui voto vencido. Votei sozinho”, frisou.

Vale lembrar que o prefeito de Senador Canedo encabeçava o grupo de prefeitos da região metropolitana que se negava a contribuir com o transporte coletivo da Grande Goiânia alegando problemas orçamentários. Por diversas vezes, o pedetista afirmou que sua gestão não concederia um centavo que fosse ao setor.

O prefeito de Goiânia, Paulo Garcia (PT), o prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela (PMDB), o vereador Carlos Soares (PT) e o deputado estadual Talles Barreto (PTB) também integram a composição atual da CDTC.

Pacote de Melhorias

1 – Incremento da frota convencional com 151 ônibus, sendo 91 veículos em 30 dias, e os demais 60 veículos no prazo de 60 dias;

2 – Renovação da frota com a aquisição de 300 ônibus novos que serão inseridos na operação entre julho e dezembro de 2014;

3 – Volta do programa Ganha tempo para 1º de outubro de 2014;

4 – Adição de duas mil viagens/dia, (as atuais representam 11 mil viagens em operação ao dia) sendo que dessas duas mil viagens/dia, mil viagens serão para esse ano e as outras mil serão inseridas em 2015;

5 – A volta dos organizadores de filas para priorizar o embarque de idosos, portadores de necessidades especiais, gestantes e crianças;

6 – Extensão do Eixo Anhanguera nas regiões Leste, Oeste e Noroeste;

7 – Inclusão de veículos articulados nos corredores preferenciais exclusivos de ônibus a serem implantados. Assim que a extensão desses eixos for implantada, as empresas vão ter que adquirir em ato contínuo os veículos articulados;

8 – Instalação de aproximadamente seis mil câmeras de vigilância nos ônibus com link direto, em tempo real, para a Central de Controle Operacional, Secretaria de Segurança Pública do Estado e Goiás e CMTC;

9 – Efetivação de um link direto da Central de Controle Operacional em tempo real para a CMTC, e para a Secretaria de Estado de Infraestrutura, Cidades e Assuntos Metropolitanos (Sicam), permitindo ao poder público controle em tempo real de todas as atividades do transporte coletivo na região metropolitana;

10 – Fechamento de uma Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), evitando greves ou qualquer tipo de mobilização por parte dos sindicatos rodoviários.