Moedas se equipararam pela primeira vez em duas décadas, porém temor é de recessão nos países do continente europeu 

Pela primeira vez em duas décadas, o dólar americano e o euro estão com a mesma taxa de câmbio. Utilizada por 19 países da União Europeia, a paridade da moeda ocorreu nesta terça-feira, 12. Isso não aconteceu desde a criação do euro, em 2002. O economista Danilo Orsida explica que isso favorece as transações comerciais entre o Brasil e a comunidade europeia.   

“O euro, agora, equiparando ao dólar, que estava um pouquinho mais baixo, eu vejo que isso favorece as transações comerciais, dentro da ponte comercial: Brasil/União Europeia”, cita o especialista. Outro ponto favorável é a comercialização de insumos. Isso porque a cadeia produtiva de alguns setores, como o setor farmacêutico, possuem como moeda contratual o dólar. “A queda da cotação cambial tira um pouco de pressão desses setores, e pode representar queda de preço também para o consumidor”, destaca. 

Para se ter ideia, a moeda americana valorizou 14% desde o início do ano, em relação ao euro. Para Orsida, o setor de turismo brasileiro também deve se beneficiar com a disparada do dólar. “É muito natural que o consumidor prestigie o mercado do turismo interno em detrimento de uma viagem ao exterior em razão dessa alta”, salienta. 

O fato da taxa de câmbio das duas moedas se igualarem ocorre em meio a temores de recessão no continente europeu. Os países de lá já sofrem com a alta inflação e com possibilidade de corte de gás russo para a Europa. No leste da região se estende a invasão da Ucrânia pelo Kremlin, que tem tido sanções internacionais.