Para não demitir médicos, diretor da Dona Íris diz que optou por reduzir carga horária
01 junho 2017 às 16h58

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Ele explicou que objetivo da prefeitura é substituir contratos terceirizados por funcionários próprios, o que resultaria em dispensas caso eles não trabalhassem menos
O diretor da Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc), José Antônio de Morais, explicou, em entrevista ao Jornal Opção, o imbróglio envolvendo os médicos do Hospital e Maternidade Dona Íris. Profissionais da unidade denunciaram que foram procurados com a ameaça de que se não aceitarem reduzir suas cargas horárias, serão demitidos.
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Segundo ele, o que ocorre é que o contrato da fundação com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) acabaria no próximo sábado (3/6), mas foi prorrogado após acordo das duas partes para que a Prefeitura de Goiânia tivesse mais tempo para substituir os contratos terceirizados por funcionários próprios.
A secretária de Saúde, Fátima Mrue, disse a ele que a política da pasta é de realizar concursos e outras modalidades de contratação para não precisar terceirizar o serviço. Assim, a secretaria vai gradativamente colocar pessoal próprio na unidade, substituindo os contratados. Por isso, explica José Antônio, é necessário ou demitir alguns profissionais ou, conforme sua proposta, reduzir a carga horária dos médicos.
Se aceitarem, disse ele, os profissionais conseguirão se manter trabalhando na Dona Íris pelo menos até outubro, quando deve findar o contrato da Fundehc. Existe, segundo José Antônio, a possibilidade de nova prorrogação, mas apenas se a prefeitura novamente não conseguir fazer a substituição completa.
Questionado se a Fundehc teria direito a exigir a redução da carga horária dos médicos, José Antônio disse que não. “Mas tem a prerrogativa de demitir, contando que pague todos os direitos trabalhistas, o que nós vamos fazer”, afirmou. “A gente entende o clima de insegurança, mas precisamos reduzir as horas”, lamentou o diretor.
Neste novo arranjo entre a prefeitura e a SMS, outra especificidade determinou a redução dos profissionais: O número de médicos na unidade, considerando a quantidade de residentes que lá trabalham, era considerado “além do necessário” pela Fundehc e pela SMS. Por isso, defende ele, o atendimento na unidade não será prejudicado.