Pacote eleitoral de Bolsonaro pode somar R$ 90 bi, dobro do déficit de 2022

17 dezembro 2021 às 19h17

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Pacote é inflacionado pelos R$ 54,4 bilhões do Auxílio Brasil e de outros R$ 23,5 bilhões de renúncia para o aumento da isenção da tabela do Imposto de Renda
Um levantamento feito pelo Jornal Estadão mostra que os gastos extras aprovados pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) para o ano de 2022 superam os R$ 90 bilhões e já são mais do que o dobro do déficit previsto nas contas do governo para o ano eleitoral, quando o presidente deve concorrer a reeleição. Sem essas despesas, o rombo poderia ser praticamente zerado, mesmo com o pagamento do Auxílio Brasil de R$ 400, que terá um custo adicional de R$ 54,4 bilhões.O planejado era fazer um programa com valor menor, em torno de R$ 275 e R$ 300, mas o presidente resolveu bancar os R$ 400, aconselhado pelos ministros políticos.
Aos R$ 54,4 bilhões devem se somar as medidas para correção da faixa de isenção da tabela do Imposto de Renda (IR) para R$ 2,5 mil, que gera uma renúncia de R$ 23,5 bilhões; benefício de R$ 400 para 750 mil caminhoneiros para compensar a alta dos preços do diesel, no valor de R$ 4 bilhões; além do vale-gás, que tem valor acertado para primeira parcela estimado em R$ 52, que serão pagos a bimestre e terá impacto de R$ 1,9 bilhão.
Ainda há a previsão do reajuste do salário de todos os funcionários públicos em 2022, algo que pode custar R$ 3 bilhões; a reestruturação das carreiras das polícias Federal, Rodoviária Federal e Penal, que estão avaliadas em R$ 2,8 bilhões; a prorrogação até dezembro de 2026 da isenção do IPI na compra de veículos novos por taxistas e pessoas com deficiência, estimada em R$ 1,8 bilhão. Todo este pacote eleitoral do presidente Jair Bolsonaro é uma tentativa de viabilizar a reeleição dele em 2022.
O levantamento inclui tanto novas despesas quanto renúncias tributárias e aponta que a mais nova previsão do governo para as contas públicas em 2022 é de um déficit de 0,4% do PIB (-R$ 42 bilhões). Estas medidas tiveram avanços porque o ministro da Economia, Paulo Guedes, cedeu às pressões de Bolsonaro por mais gastos, como o aumento aos policiais federais e a expectativa de mais reajustes que podem aumentar estes gastos segundo aliados políticos do governo.
*Com informações do jornal Estado de São Paulo