Luiz Claudio Dias, um paciente de 59 anos do Hospital Municipal de Morrinhos, fez uma técnica de enfermagem refém durante um surto. Relatos oficiais do episódio revelam que o homem, que vinha de Piracanjuba, estava em tratamento de diálise há três dias na cidade. Apesar das tentativas de negociação, um agente da Polícia Militar realizou um disparo no momento em que a servidora se desvencilhou do homem, que não resistiu e veio a óbito. 

Ao Jornal Opção, o prefeito de Morrinhos, Maycllyn Carreiro, conta que o paciente estava internado na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) e começou a ter alucinações que levaram ao surto. Luiz Claudio teria se desvinculado dos aparelhos da internação, e , ignorando as tentativas de diálogo da equipe de plantão, fugiu para o banheiro. “Não sabia onde estava, não tinha saída, e aí quebrou o vidro do banheiro. Quando saiu, encontrou uma técnica de enfermagem e aí a fez de refém”, explica Carreiro. 

O prefeito conta que foram cerca de dez minutos de negociações entre o paciente e a equipe médica e cerca de mais dez minutos de diálogos com a polícia militar, que foi acionada pela equipe do hospital. Em pouco tempo a técnica em enfermagem conseguiu se separar do homem em surto e “o policial realizou um disparo, até o objetivo era que esse disparo fosse na perna, mas ele [agressor] meio que agachou e esse disparo pegou na lombar dele”, compartilhou Carreiro. 

Mesmo tendo sido socorrido na sala vermelha do hospital, Luiz Claudio Dias veio a óbito. A técnica de enfermagem foi dispensada no dia, medicada e passa bem. 

A família de Luiz, inconformada, afirma que o paciente não possuía nenhum histórico psiquiátrico e que vai entrar na Justiça para entender o que aconteceu, quem seriam os culpados pelo episódio. A Polícia Militar afirma que o agente em questão seguiu os procedimentos da corporação, efetuando um único disparo mirando nas pernas, apenas para proteção da refém.

“Não é incomum delírios, surtos assim, em ambientes de UTI”, coloca o prefeito, que classifica o episódio como “tragédia” e “extremamente excepcional”.

Nas imagens feitas pela equipe da unidade, é possível ver a equipe de policiais tentando negociar com o homem e o momento em que a técnica em enfermagem, que tem as roupas sujas de sangue, se desvincula do agressor. Veja vídeo do momento da negociação:

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Leia abaixo nota completa da Prefeitura de Morrinhos:

Nota Oficial

A Prefeitura de Morrinhos lamenta profundamente o ocorrido na noite do último sábado, 18 de janeiro, quando um paciente em surto psicótico fez uma enfermeira refém na UTI onde estava hospitalizado há três dias.

Em virtude da gravidade da situação e do iminente risco à vida da profissional, a Polícia Militar foi acionada para conduzir as negociações com o paciente. Diante da infrutífera negociação, a Polícia Militar realizou um disparo que ocasionou no óbito do paciente.

Informamos que a gestão da UTI onde o fato aconteceu é de responsabilidade de uma empresa terceirizada, com contrato vigente até março de 2025.

A Prefeitura de Morrinhos reafirma seu compromisso com a transparência, mantém-se à disposição para esclarecer os fatos e lamenta profundamente a morte do paciente. Solidarizamo-nos com a família enlutada e asseguramos que será oferecido acompanhamento psicológico e social tanto aos familiares quanto à enfermeira e demais envolvidos na situação