Numa semana ocupada por quatro pesquisas, nenhuma sorriu para a reeleição
07 junho 2014 às 11h30
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Com a queda do prestígio da presidente em amostragens diferentes, petistas concluem que cabe a Dilma fazer-se mais do mesmo
A. C. Scartezini
A semana de dias úteis começou na segunda e terminou na sexta ocupada por pesquisas de opinião com diversas origens. O mau humor brasileiro, visível nas ruas, domina o cenário e lança pessimismo em relação ao futuro. Na segunda-feira, uma pesquisa interna do PT constatou a mesma coisa. Na sexta, a última rodada do Datafolha confirmou o sentimento das ruas.
O Datafolha saiu a campo entre a terça e quinta-feira, uma semana antes do início da Copa do Mundo. Encontrou a quarta queda seguida, neste ano, de votos a favor da reeleição da presidente. Em um mês, ela perdeu três pontos. Em maio, tinha o apoio de 37% dos eleitores. Na semana passada, caiu para 34. Em fevereiro, tinha 44% das preferências.
Em compensação, o presidenciável Aécio Neves desceu um degrau entre maio e junho, caiu de 20% para 19. Em fevereiro, tinha 16%. A queda foi considerável para o concorrente Eduardo Campos (PSB). Entre maio e junho, ele perdeu em torno de um terço de seus eleitores. Caiu de 11% para 7, menos que os 9% que detinha em fevereiro.
O desencanto popular com a política pode explicar as quedas dos três, embora Aécio possa ser considerado estável porque a margem de erro da pesquisa é de dois pontos. A desilusão popular ajuda a entender porque todos perderam, nenhum dos três ganhou. Os votos perdidos teriam se transformado em nulos, brancos e indecisos, que engordaram no período.
O número de eleitores indecisos saltou de 8% em maio para 13 em junho. Os nulos e brancos eram 16% e foram a 17. Somados, os três grupo alcançam quase um terço dos eleitores: 30%. É o maior índice desde a volta da eleição presidencial direta em 1989, há 25 anos. Desde então, esta é a sétima eleição. Quatro presidentes diferentes se elegeram até agora.
Se a eleição fosse hoje, como diz o bordão, haveria o segundo turno. A soma dos votos de Aécio e Campos representa 26%. Os outros nove candidatos a presidente reúnem 10% – em quarto lugar, continua o Pastor Everaldo (PSC), com quatro pontos, mais do que a metade dos 7% de Campos. Juntos, todos eles somam 36% contra os 34 de Dilma.
E o pessimismo? A inflação vai aumentar, na opinião de 64%. Sete por cento acreditam que cairá. Ficará como está, é a opinião de 21%. A economia vai piorar, pensam 36%. Ficará como está, preveem 32%. Evoluirá para melhor, conforme 26%. O desemprego? Aumentará, para 48%. Ficará como está, de acordo com 28%. Diminuirá, esperam 18%.
Caiu a aprovação do governo Dilma: estava com 38% em maio e desceu a 33 – um terço dos eleitores. O governo é ruim ou péssimo, pensam 28% — em maio, eram 26. O governo é regular, na cotação de 38%, como em maio.