Novo medicamento para HIV chega em Goiás

15 janeiro 2024 às 18h02

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O Ministério da Saúde concluiu a distribuição das primeiras unidades de uma combinação inédita de dois medicamentos eficazes para pacientes com HIV e Aids: os antirretrovirais dolutegravir 50mg + lamivudina 300mg em um único comprimido. Segundo a pasta federal, a conclusão da distribuição nos Estados aconteceu nesta segunda-feira, 15. No total, 5,6 milhões de unidades do medicamento foram distribuídas. Dessas, 450 mil para Goiás.
Antes, o tratamento do HIV era realizado apenas a partir de combinações de medicamentos, de diferentes classes, para suprimir efetivamente o vírus e retardar a progressão da doença. Com o novo remédio, os usuários ganham a possibilidade de realizar o tratamento com uma única dose diária.
A migração de uso da terapia com dois comprimidos para apenas um deve acontecer de forma gradual e contínua, obedecendo aos seguintes 4 critérios estabelecidos pelo Ministério da Saúde:
- Idade igual ou superior a 50 anos;
- Adesão regular;
- Carga viral menor que 50 cópias no último exame;
- Ter iniciado a terapia dupla até 30/11/2023.
Também terão prioridade os pacientes com Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), tais como: hipertensão arterial sistêmica, dislipidemia ou diabetes, mais frequente na população acima de 50 anos.
De acordo com as informações divulgadas pelo Governo Federal, os critérios para ampliar o público contemplado no novo modelo de tratamento poderão ser revistos em seis meses, observando, por exemplo, a tendência de crescimento das prescrições e a disponibilidade do medicamento em estoque na rede.
Sobre o novo medicamento
O dolutegravir 50 mg + lamivudina 300 mg é fruto de uma aliança estratégia, assinada entre Farmanguinhos/Fiocruz e as empresas farmacêuticas ViiV Healthcare Company e GlaxoSmithKline. As orientações sobre o uso da terapia e de preenchimento do formulário de dispensação de antirretrovirais estão disponíveis em nota técnica no site do Ministério da Saúde.
A distribuição da combinação de medicamentos é parte da estratégia prioritária da pasta para eliminar o HIV e a aids como problemas de saúde pública. Em 2023, a pasta ultrapassou o valor de R$ 1,8 bilhão investidos em medicamentos contra o vírus.
Na nota técnica, disponibilizada também pelo Ministério da Saúde, é dito ainda que devido às limitações da disponibilidade, o processo de migração para o novo medicamento deverá ser gradual.
“Opções terapêuticas eficazes, seguras e coformuladas, representam a busca pela melhoria da qualidade de vida das pessoas vivendo com HIV ou aids (PVHA). O Departamento de HIV/Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (DATHI) vem buscando ampliar e qualificar o elenco de medicamentos antirretrovirais que promovam novas opções terapêuticas com menor toxicidade, comodidade posológica e mantenham a supressão viral duradoura”, afirmou o Ministério.
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