A inexistência de cobrança de um cartão de vacinação para entrar no Brasil pode se tornar um fator de risco aos brasileiros, alega a Anvisa

OMS batiza variante africana B.1.1.529 de ômicron em referência à 15ª letra do alfabeto grego. Foto: reprodução

Na sexta-feira, 26, a nova cepa da Covid-19, que tem preocupado os cientistas por supostamente apresentar resistência às vacinas, recebeu o nome de ômicron. O presidente do Butantan, Dimas Covas, afirmou que “infelizmente” a variante chegará ao Brasil. “Resta saber se será contida”, disse.

A variante surgiu no continente africano, e entre os principais motivos, por falta de vacinas na região. Por conta disso, Covas estuda doar doses da Coronavac aos países necessitados. Os especialistas no assunto já afirmaram por diversas vezes que a única forma de barrar a proliferação de novas variantes é a vacinação em massa.

Na sexta-feira, 26, o presidente Jair Bolsonaro, após afirmar que por ele não fecharia as fronteiras, concordou em proibir a entrada de turistas que estiveram nos últimos 14 dias, em seis países africanos.

“Na minha parte, não decido, não mando na Anvisa, [mas] a gente não teria fronteira fechada”, disse Bolsonaro. “Tem a questão da economia, turismo, um montão de coisas. E o vírus, já falei para vocês, tem de conviver com ele”

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), já afirmou que a falta de cobrança de certificados de vacinação por parte de quem quer entrar no Brasil só coloca a segurança dos brasileiros em risco.

“A inexistência de uma política de cobrança dos certificados de vacinação pode propiciar que o Brasil se torne um dos países de escolha para os turistas e viajantes não vacinados, o que é indesejado do ponto de vista do risco que esse grupo representa para a população brasileira e para o Sistema Único de Saúde”, disse a Anvisa em nota enviada ao Planalto.

A variante ômicron tem causado grande preocupação na Organização Mundial da Saúde (OMS), por apresentar cerca de 30 mutações em uma mesma cepa, causando um aumento de transmissibilidade e resistência as vacinas e aos medicamentos usados para combater o Covid-19.