Nova missão da Nasa promete revelar segredos do halo que envolve o planeta Terra

01 outubro 2025 às 18h02

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No final de setembro, a Nasa, Agência Espacial Americana, deu um passo importante ao lançar o Observatório Geocorona Carruthers do Centro Espacial Kennedy, na Flórida. A intenção é explorar uma parte quase desconhecida da atmosfera terrestre: a Exosfera. A missão promete trazer dados que irão contribuir para o entendimento total da dinâmica atmosférica espacial que envolve o planeta.
Além dos estudos que serão feitos na Exosfera, observatório terá como um dos focos principais identificar o que até então era considerada uma “lenda espacial”: o “halo” permanente, mas invisível, da geocorona da Terra. O “halo” é uma fina camada de hidrogênio que envolve o planeta, e que é visível com luz ultravioleta. Ele começa a aproximadamente 480 km acima da superfície terrestre e se estende até a metade da distância entre a Terra e a Lua. Este fenômeno espacial é formado por átomos de hidrogênio ( elemento químico mais presente no espaço) da Exosfera, a região mais externa da atmosfera ou a última fronteira atmosférica do planeta. Ao absorverem a luz solar, os átomos que compõe o “halo” emitem um brilho ao redor da Terra que os cientistas chamam de geocorona.

A primeira vez que geocorona foi detectada foi em 1972, quando a missão Apollo 16 comprovou sua existência através de experimentos com luz ultravioleta primitiva, durante a visita às Highlands de Descartes na Lua. Os astronautas captaram imagens impressionantes, mas o cientista que inventou a câmera, George Carruthers, notou que não foi possível captar toda extensão da Exosfera. Agora, 53 anos depois da missão Apollo 16, será possível enxergar a camada invisível. Com o lançamento do Observatório Carruthers Geocorona será possível estudar os detalhes contínuos deste fenômeno para entender o impacto das tempestades solares no nosso planeta.
Compreender a dinâmica física da Exosfera é fundamental no momento em que as missões espaciais tornam-se mais intensas. Desvendar os mistérios da geocorona tornou-se necessário e crucial porque vai garantir mais proteção à missão Artemis da Nasa que, após mais de 50 anos, vai levar astronautas homens e mulheres para Lua. A partir de março do ano que vem, o Observatório Geocorona Carruthers deverá iniciar o envio de dados para a Nasa, no mês seguinte, em abril, após vários cancelamentos, a Agência Espacial prevê o lançamento da missão Artemis V e o ser humano estará de volta à Lua.