Grupo também participou de reunião com presidente da Casa, Renan Calheiros, para apresentar demandas e objetivos do consórcio formado por seis Estados

| Foto: Wagnas Cabral
Marconi manifestou sua convicção no sucesso do bloco | Foto: Wagnas Cabral

O 5º Fórum de Governadores do Brasil Central participou, nesta quarta-feira (11/11), de audiência pública na Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo do Senado. Os governadores também aproveitaram para visitar o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL). O objetivo era debater os objetivos e demandas do consórcio Brasil Central.

Liderados pelo tucano goiano Marconi Perillo (PSDB), os governadores Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), Marcelo Miranda (PMDB-TO), Pedro Taques (PDT-MT), Reinaldo Azambuja (PSDB-MS) e Confúcio Moura (PMDB-RO), além do ex-ministro Mangabeira Unger, discursaram sobre o futuro do consórcio e a necessidade de os representantes políticos apoiarem os projetos que serão apresentados, visando viabilizar os investimentos nos Estados.

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Depois que cada governador falou de suas expectativas em termos de melhorias para seus Estados, com a conquista de novos investimentos oriundos da força reivindicatória do consórcio, Marconi Perillo manifestou sua convicção no sucesso do bloco que foi oficialmente proclamado durante solenidade ocorrida na tarde de ontem, no Memorial JK.

“Este é um movimento que veio para ficar. Nós temos hoje organicidade, toda a estruturação e formatação jurídica. É um fórum que representa a nossa unidade, porque nós temos características muito semelhantes”, declarou.

Marconi voltou a dizer que os Estados pertencentes ao consórcio contribuíram e continuam a contribuir para que as exportações brasileiras não registrem déficit ainda maior do que os índices do ano passado. “No ano passado o Brasil amargou um déficit na balança comercial de 4 bilhões de dólares. Este bloco foi responsável por quase 20 bilhões de dólares em superávit, no mesmo período, amenizando o impacto negativo do comércio exterior”, disse Marconi.

O governador lembrou que os Estados são também líderes na criação de empregos, apesar de o Brasil estar registrando saldo negativo neste quesito. O mesmo índice positivo – salientou – é registrado na industrialização, no turismo, nos serviços e na produtividade.

Objetivos

Depois de pedir o apoio dos senadores e senadoras que compõem a comissão, Marconi detalhou os principais objetivos do consórcio. Na agropecuária, desenvolver um modelo agropecuário para a ampliação da produtividade de pequena e média propriedade com ênfase na questão da agricultura intensiva.

Na logística e na infraestrutura, definir projetos de integração logística entre os Estados, com inserção nacional e global. Na industrialização, focar ações que levem os Estados da industrialização tradicional dos produtos agropecuários à indústria de conhecimento e aos parques tecnológicos.

Na educação, assumir uma posição de vanguarda num projeto para qualificar o ensino básico. No empreendedorismo, fomentar o empreendedorismo de vanguarda e definir medidas que coordenem acesso a créditos e tecnologias e práticas avançadas em mercados nacionais e mundiais.

Na inovação, fortalecer o sistema de ciência e tecnologia, competitividade e produtividade. Na gestão, qualificar e melhorar cada vez mais os processos de gestão administrativa e política e também trabalhar, como bloco, a questão da competitividade regional.

Um outro objetivo do consórcio, na definição do governador, é o fortalecimento político dos Estados. O bloco conta com 18 senadores e 57 deputados federais. “Nós vamos trabalhar fortemente a capitalização e o funcionamento da Agência de Fomento do Centro-Oeste no sentido de ela ser a coordenadora dos fundos. Temos uma carteira de R$ 24 bilhões. Isso precisa ser fortemente debatido nessa Comissão de Desenvolvimento Regional”, ressalta.

Marconi destacou ainda que o consórcio já começou a debater entre os Estados que o compõem a criação da Lei de Responsabilidade Fiscal Estadual, como forma de melhorar mais ainda a qualidade do gasto público.

Governadores falaram das demandas específicas de seus estados | Foto: Wagnas Cabral
Governadores falaram das questões específicas de seus Estados | Foto: Wagnas Cabral

O endividamento dos Estados é outro tema que entrará na pauta imediata do consórcio. Em tom de indignação, o governador lembrou que o Estado de Goiás já pagou duas vezes a sua dívida externa e ainda deve R$ 14 bilhões. “Nem só esse bloco vai tratar desse tema. Outros governadores de Estados importantes têm conversado conosco e todos acham que esse tema terá que vir à tona nos próximos dias”, acrescentou.

A próxima reunião do consórcio será realizada em Rondônia, no mês que vem. Em Porto Velho, será feita a apresentação de documento que foi elaborado pela Macroplan, a pedido da CNI, que discutirá todo o plano de logística e infraestrutura para o Norte e o Centro-Oeste do País.

Na noite de terça-feira (10), os governadores estiveram reunidos com o ministro do Desenvolvimento Regional, Gilberto Magalhães Occhi, a quem apresentaram documento propondo alterações no FCO, Sudeco e FDCO.

Dentre outras, as sugestões constantes no documento incluem a destinação de recursos do FCO para investimentos públicos. Hoje, esses investimentos são exclusivos para a área privada. “Temos que discutir a possibilidade de podermos definir regionalmente ações conjuntas que possam interessar aos Estados”, declarou.

Por fim, o governador deixou a mensagem de que o consórcio foi concebido pensando no chamado federalismo cooperativo. “Nós agiremos de forma extremamente unida. Nós não vamos competir entre nós, vamos cooperar para que cheguemos ao final de nossos mandatos deixando um forte legado para as futuras gerações”.

Em entrevista coletiva, na saída da audiência com o presidente do Senado, o governador Marconi fez um balanço dos dois dias de reuniões do 5º Fórum realizado em Brasília: “Foram reuniões produtivas. O consórcio Brasil Central nasce muito forte, com respaldo muito grande da classe política e empresarial. Vamos continuar uma agenda positiva para uma região que se desenvolve mais do que a média brasileira”.