Érico de Pina Cabral ainda denunciou que a prefeitura usa de “má-fé” no preenchimento na tabela de ocupação dos leitos privados

Promotor Érico de Pina durante depoimento na CEI | Foto: Juliana Barros

A Comissão Especial de Inquérito (CEI) que investiga os problemas relacionados a Saúde ouviu nesta sexta-feira (4/5) o promotor de Justiça e ex-titular do Centro de Apoio Operacional da Saúde, Érico de Pina Cabral.

Durante reunião, o vereador Elias Vaz (PSB) questionou o promotor Érico de Pina sobre a seleção de pacientes para vagas de UTI. Em resposta, o representante do MP afimou que não há dúvidas de que existe escolha de pacientes que serão beneficiados com as vagas.

Érico ainda denunciou que a prefeitura usa de “má-fé” no preenchimento na tabela de ocupação dos leitos privados.

“Leitos públicos recebem o pacote integral por ocupação, mas os particulares recebem por serviço prestado. E mesmo assim, colocam na planilha que a ocupação dos leitos privados é de 100%, e nós temos certeza que não é. Isso é de uma má-fé terrível”, afirmou.

Indignado, o promotor ainda classificou a atual administração como “irresponsável, ineficiente e improdutiva”.

Representação

Érico afirmou que está elaborando um relatório para representar a Gestão Iris junto ao Ministério Público de Goiás (MPGO) e Ministério Público Federal (MPF) por improbidade administrativa.

“Estão fazendo uma má gestão desses recursos. Não paga os prestadores em dia, eles estão desde o ano passado sem receber e com isso não oferecem as vagas e quem paga é a população pobre e doente de Goiás”, declarou.

O vereador Elias Vaz (PSB), relator da CEI, diz que a prefeitura está arrecadando verba com a questão das UTIs da capital.

“A prefeitura não gasta um centavo com os leitos de UTI em Goiânia. Pelo contrário, ela recebe recursos e está embolsando esse dinheiro”, afirmou.

O presidente da comissão, vereador Clécio Alves (MDB) esclarece que haverá ainda questionamentos sobre os números apresentados pelos proprietários de hospitais da Capital.

“Estas informações são sérias, graves. São dados entregues por meio da Secretária Estadual e Municipal de Saúde. A não ocupação de leitos confronta com aquilo que está cadastrado no Serviço Nacional de Saúde. Pessoas têm morrido, periodicamente, por falta de UTI’s. Algumas são entregues a pessoas que nem precisam deste tratamento, como muitos casos citados em nossa Comissão”, frisou.

A reunião da comissão ficou agendada para a próxima segunda-feira (7/5) e serão convocados o diretor do Hospital Alberto Rassi (HGG) e também o procurador do MPGO junto ao Tribunal de Contas do Estado, Fernando dos Santos Carneiro.

Jornal Opção entrou em contato com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) mas até a publicação desta matéria não obtivemos retorno.