“Na nossa campanha há compartilhamento de decisões e divisão de tarefas”, diz Agenor sobre papel do vice
25 novembro 2020 às 13h56

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Em entrevista ao Jornal Opção, coordenador da campanha emedebista rebateu as declarações do adversário político que considerou a campanha de Maguito pautada por fake news e no esconde-esconde do vice e de apoiadores

O candidato à prefeitura de Goiânia pelo PSD, Vanderlan Cardoso, disse recentemente em entrevista concedida à imprensa local que a campanha de seu adversário, Maguito Vilela (MDB), tem sido pautada pela disseminação de fake news e num jogo de “esconde-esconde”.
Quanto à última expressão, Vanderlan explicou que os auxiliares de Maguito tentam esconder não só o vice – Rogério Cruz – que é carioca e atua na capital desde 2010, mas também de seus apoiadores que, segundo Vanderlan “estão ao lado da esquerda”.
Em entrevista ao Jornal Opção, o coordenador da campanha de Maguito, Agenor Mariano, disse que a fala do adversário demonstra preocupação com a campanha emedebista. “Acho que ele [Vanderlan] deveria se preocupar com a campanha dele. O que nós fazemos, as estratégias que adotamos diz respeito a nossa coordenação”, pontuou.
Especificamente quanto a ‘falta de protagonismo’ do vice, Mariano explicou: “Quem quer esconder o candidato, não coloca esse candidato em cima de um carro de som e passando de rua em rua pendido votos ao eleitor”. O coordenador assegura que cada um dos envolvidos na campanha de Maguito possuem seus papéis definidos e que isso não irá mudar até o final da disputa. “O papel de Rogério é nas ruas, no lugar de Maguito, fazendo corpo a corpo com o eleitor”.
“Se até o presente momento estamos atingindo bons resultados, por que mexer na nossa estratégia? A nossa campanha está muito bem organizada e até então tem logrado êxito e não são as criticas do adversários que nos farão mudar de opinião”, pontuou.
Incapacidade civil
Outro detalhe que tem chamado atenção em relação as estratégias de Vanderlan Cardoso diz respeito da possível intenção de judicializar a vitória de Maguito – caso ela ocorra – sob o argumento de “incapacidade civil” para assumir o cargo. Sobre o assunto, Agenor se limitou a dizer: “Não vou interferir nas decisões da campanha do adversário. Fique à vontade, vá com Deus. Isso é lunatismo de quem não sabe perder eleição”, pontuou.
Ao Jornal Opção os advogados especialistas em Direito Eleitoral, Bruno Pena e Leon Safatle comentaram o possível questionamento jurídico por parte da equipe do candidato do PSD.
“Já existe um entendimento do TSE [Tribunal Superior Eleitoral] que esclarece esse tipo de cenário. A decisão das urnas é soberana. Caso o candidato seja impedido, quem assumirá será o vice, afinal é para isso que ele está ali. Ainda que o Maguito, especificamente, não tenha condições de tomar posse, o vice poderá tomá-la até que ele tenha condições de assumir o mandato”, explicou Pena.
Por sua vez, Safatle lembrou que a diplomação de um candidato é “meramente declaratória”. “Isso quer dizer que em caso de força maior, como agora, ele não será impedido de assumir o cargo caso não seja diplomado. O vice assume temporariamente e ele será colocado como titular quando tiver condições. Eles [a defesa de Vanderlan] podem até questionar judicialmente, mas não penso que isso tende a prosperar”, pontuou.