A ascensão de Javier Milei à presidência argentina desencadeou uma série de eventos que revelaram a influência política e econômica do magnata Elon Musk em algumas nações. Segundo o jornal americano The New York Times (NYT), o dono da rede social “X” buscou aproximação com líderes mundiais de direita para obter vantagens econômicas. Além da Argentina, ele também teria tentando impulsionar a sua própria política na Índia e Brasil.

De acordo com a reportagem, Musk buscou vantagens comerciais para as suas empresas, além de apoio político para os líderes de direita. Segundo Milei, semanas após a eleição, ele recebeu uma ligação do bilionário o parabenizando e sinalizando interesse no país. Principalmente por conta do lítio, o principal componente de baterias de carros elétricos.

Vale ouro

Considerado o “novo petróleo”, o mineral é crucial para as atividades da montadora de carros elétricos Tesla, propriedade de Musk. O magnata já comprava lítio da Argentina, considerado como país como segunda maior reserva do elemento no planeta. Agora, o interesse é conseguir mais vantagens, incluindo redução de preços.

Só que essa estratégia de Musk não é exclusividade com a Argentina. O sul-africano também se envolveu em políticas e relações comerciais com o Brasil e Índia. Por exemplo, em território brasileiro, facilitou a entrada do serviço de internet via satélite Starlink, em troca de apoio político do governo de Jair Bolsonaro (PL). Posteriormente, o dono da Tesla, SpaceX e a rede social “X” ainda teria ajudado o ex-presidente na sua tentativa de reeleição em 2022.

Recentemente, Musk ainda se envolveu em polêmicas com o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O bilionário o acusou de ter interferido nas eleições presidenciais de dois anos atrás, além de chamá-lo de “ditador” inúmeras vezes. Tudo iniciou quando ele ameaçar a recusar cumprir decisões judiciais brasileiras na “X”.

Em outra demonstração de sua influência política e empresarial, Musk intensificou sua aproximação com o primeiro-ministro indiano Narendra Modi. As conversas iniciaram em 2015, quando o premiê foi recebido em uma fábrica da Tesla em Fremont, Califórnia. O objetivo era facilitar e impulsionar os investimentos da empresa de tecnologia na Índia.

Bolívia

As relações de interesse do bilionário com a extrema-direita vão além do que mostra a reportagem do NYT. Em 24 de julho de 2020, Elon Musk escreveu em sua conta no antigo Twitter (hoje X): “Vamos dar golpe em quem quisermos! Lide com isso”. A ameaça foi uma resposta a uma postagem enviada ao bilionário sobre seu interesse em impedir que o ex-presidente boliviano Evo Morales continuasse no poder. Mais uma vez, o lítio das baterias que alimentam os veículos da Tesla estavam no pano de fundo da disputa que motivou o golpe de estado na Bolívia.

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