Municípios de Goiás começam a receber anticoncepcionais injetáveis na próxima semana; veja como funciona

05 setembro 2023 às 15h35

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A partir da próxima semana, os municípios de Goiás disponibilizarão um contraceptivo injetável para mulheres. Esse medicamento é conhecido no mercado como Cyclofemina, composto por Medroxiprogesterona e Cipionato de estradiol (25 mg + 5 mg).
Os lotes já foram enviados pelo Ministério da Saúde e agora a previsão, segundo a Secretaria de Estado da Saúde (SES) do Governo de Goiás, é iniciar a distribuição aos municípios, por meio das Regionais de Saúde, na segunda-feira, 11.
Viviane de Cassia Troncha Martins, gerente de Assistência Farmacêutica e Vigilância em Saúde, esclarece que o Cyclofemina não é um medicamento recém-lançado e demonstra boa eficácia.
A médica afirmou que as mulheres geralmente têm receio do medicamento injetável, mas explicou que esse em particular, por ser aquoso, não causa dor e é eficaz na regulação do ciclo menstrual, e pode ser administrado uma vez por mês.
Já a ginecologista do Hospital Materno Infantil (HMI), Maria Elaine, explicou ao Jornal Opção que a vantagem desse medicamento injetável é que é aplicado uma vez ao mês apenas, diferente do anticoncepcional oral que deve ser tomado todos os dias.
“Ele tem uma dosagem hormonal segura e acredito que é uma boa opção pra quem esquece, ou quem fez bariátrica, porque a absorção do oral é ruim, e o injetável funciona melhor nesse caso”, argumentou.
As pacientes que recebem atendimento na atenção primária dos municípios começarão a ter acesso ao contraceptivo injetável, seguindo as recomendações dos profissionais médicos nos centros de saúde.
Diferenças
Ainda conforme Maria Elaine, os anticoncepcionais podem ser divididos em dois grandes grupos: os que são feitos com os dois hormônios, progesterona e estrógeno, e aqueles produzidos apenas com um, a progesterona.
No caso da Cyclofemina, o medicamento se enquadra no primeiro grupo. Sendo assim, a médica explica que, quem tem contraindicação para o anticoncepcional oral feito com os dois hormônios, continua sem poder aplicar a Cyclofemina injetável.
“O anticoncepcional injetável é muito aplicado também nas mulheres que estão amamentando, mas nesse caso é feito de forma trimestral”, afirma.
A aplicação da Cyclofemina injetável é da mesma maneira de uma injeção, por exemplo. Ou seja, é via intramuscular.
Capacitação
A SES promoveu uma capacitação online na última semana a médicos, farmacêuticos e enfermeiros. O objetivo foi instruir sobre o uso desse medicamento, que foi incorporado ao Sistema Único de Saúde (SUS) no ano passado.
Mais de 100 profissionais participaram da qualificação para tirarem as dúvidas das mulheres atendidas nos municípios sobre eficácia, efeitos colaterais e receio com injeções.
A gerente da área responsável pela capacitação reforçou que o medicamento foi incluído no rol de medicamentos oferecidos pelo SUS como uma adição terapêutica ao Programa Saúde da Mulher, devido à sua capacidade de substituir o anticoncepcional oral.
Ela também destacou que os profissionais de saúde estarão aptos a oferecer orientação e proporcionar às mulheres mais uma alternativa para o controle do planejamento familiar.
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