MP-SP destaca o fracasso do PCC em relatório sobre Confressa
15 setembro 2024 às 14h43
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O Ministério Público de São Paulo, ao denunciar os 18 membros do PCC envolvidos em um grande assalto a um banco que acabou dando errado, destacou o fracasso da operação em Confressa, no Mato Grosso. Apesar de toda a logística envolvida e do significativo investimento financeiro, o retorno foi pequeno em comparação ao que a facção esperava obter.
Na ocasião tentativa de assalto a um carro-forte da transportadora Brinks, em abril de 2023, revelou o fracasso de uma operação audaciosa do Primeiro Comando da Capital (PCC). Os criminosos fizeram um investimento pesado, estimado em R$ 3,4 milhões, o retorno financeiro foi abaixo das expectativas, conseguiram apenas R$ 1 milhão.
Uma pequena cidade com cerca de 35 mil habitantes, a mais de mil quilômetros de Cuiabá, transformou-se no palco de um grande confronto. Inclusive, com forças policiais de diferentes estados, que colocou a facção criminosa em uma posição vulnerável.
De acordo com os investigadores, planejaram meticulosamente durante mais de um ano. Sob a liderança de Ronildo Alves dos Santos, mais conhecido como Mickey ou Magrelo, a quadrilha reuniu comparsas de São Paulo. Eles se deslocaram até uma fazenda no Pará para dali dar início à operação.
Relembre o caso
No dia 9 de abril de 2023, os criminosos chegaram em Confresa em veículos blindados, prontos para executar o plano que, acreditavam, lhes garantiria um grande montante de dinheiro. O ataque começou com um ato ousado. Os criminosos atacaram o quartel da Polícia Militar logo que entraram na cidade. A estratégia era neutralizar qualquer possibilidade de reação policial.
No entanto, um fator inesperado interferiu nos planos da facção: alertas feitos por comunidades indígenas locais. Esses alertas, cruciais para o desfecho do caso, permitiram que as autoridades se antecipassem à ação, o que acabou frustrando a operação criminosa. O resultado foi desastroso para a quadrilha.
Ronildo Alves dos Santos, apontado como o mentor da operação, foi morto em um confronto com a Polícia Militar cerca de um mês após o crime. Ele foi o responsável não só por arregimentar os comparsas, mas também por movimentar o dinheiro necessário para viabilizar o plano.
Além dele, outros 17 integrantes do grupo perderam a vida em confrontos com as forças policiais. Apenas cinco dos envolvidos conseguiram ser presos, graças à Operação Canguçu, uma ação coordenada que contou com a participação de policiais militares de diversos estados brasileiros.
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