O Ministério Público de Goiás denunciou, por meio de inquérito policial, o ex-prefeito de Santa Cruz de Goiás Mateus Felix Lopes, seus parentes e uma empresária por organização criminosa que teria causado um prejuízo de pelo menos R$ 600 mil ao município. 

Segundo a denúncia, o grupo agiu com a ajuda de funcionários públicos e superfaturou contratos em benefício dos postos de combustíveis Cristianópolis e Gonzaga, de propriedade da empresária. Parentes do prefeito foram nomeados para ocupar cargos estratégicos na prefeitura, o que facilitou a prática de diversos crimes, incluindo desvio de verbas públicas. 

A denúncia também acusa o ex-prefeito de nomear pessoas sem conhecimento em procedimentos licitatórios para a comissão de licitação da prefeitura, a fim de inviabilizar a participação de outros postos de combustíveis interessados. 

A denúncia ainda traz que veículos particulares dos denunciados foram abastecidos com dinheiro público, caracterizando peculato.

Denúncia

Segundo o promotor de Justiça Tiago Santana Gonçalves, titular da Promotoria de Santa Cruz de Goiás, e responsável pelo caso, a investigação teve como base documentos fornecidos pela gestão municipal e também material extraído da tomada de contas especial feita pelo Tribunal de Contas dos Municípios de Goiás (TCM). 

Gonçalves explicou que Mateus Felix Lopes, durante sua gestão, que foi de 2017 a 2020, nomeou parentes e pessoas muito próximas em cargos estratégicos com o intuito de facilitar a prática de variados crimes, com risco menor de ser descoberto. Para o cargo de secretária de Saúde e Assistência Social, ele nomeou a própria mãe, Maria Inês Felix dos Santos Lopes; o pai dele, Sebastião Cordeiro Lopes, foi escolhido secretário de Administração do município e o primo Jânio Nogueira Sobrinho, secretário de Finanças.  

De acordo com a denúncia, o ex-prefeito ainda editou um decreto nomeando pessoas sem nenhum tipo de conhecimento em procedimentos licitatórios para integrarem a comissão de licitação da prefeitura, com o claro intuito de que não houvesse questionamentos sobre a forma como as licitações eram feitas.