Apesar de ter criticado a comunicação do Governo Federal com a população, vice-presidente se recusou a condenar postura de Bolsonaro durante a pandemia

Aplicativo de consulta e movimentação do auxílio emergencial. | Foto: Reprodução

Em entrevista à rádio Gaúcha realizada na manhã desta sexta-feira, 16, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão (PRTB), afirmou que o governo deveria ter previsto que a pandemia da Covid-19 não terminaria em dezembro de 2020 e mantido o auxílio emergencial, que permaneceu suspenso até abril deste ano.

“A curva da economia, a curva social, que foi a questão das linhas de crédito abertas, do auxílio emergencial que foi pago, ele deveria ter sido prolongado. Tínhamos que ter entendido que a pandemia iria prosseguir, não iria terminar em 31 de dezembro do ano passado para que a gente conseguisse manter essas duas curvas numa situação mais favorável possível”, disse o vice-presidente em entrevista à rádio Gaúcha.

Em janeiro, o Governo Federal alegou que não havia dinheiro para estender o auxílio, entretanto, sem receber o recurso, foi possível identificar grande salto na taxa de pobreza extrema do país. Segundo dados levantados pela FGV Social, a porcentagem de pessoas que vivem com menos de R$ 246/mês foi de 8,5% em novembro para 12,8% em janeiro. Com isso, a quantidade de pessoas em pobreza extrema ultrapassa o marco de 27 milhões.

No ano passado, foram pagar cinco parcelas de R$ 600 e quatro de R$ 300. Para mães chefes de família, os valores eram o dobro. Ao todo, foram gastos R$293 bilhões para atender as 67,9 milhões de pessoas cadastradas no programa.   

Em 2021, uma nova rodada do auxílio emergencial começou a ser paga, com valores inferiores, a partir do mês de abril. Os beneficiados receberão quatro parcelas de que poderão variar entre R$ 150, R$ 250 ou R$ 375. O gasto total previsto pelo governo, no pagamento desta nova fase do benefício que abarca 45,6 milhões de pessoas, é de R$ 44 bilhões.

Mourão também criticou a comunicação do governo durante a pandemia. “Tínhamos que ter uma comunicação mais eficiente junto à população como um todo de modo que a população entendesse a gravidade desta doença”, afirmou, durante a entrevista.

Entretanto, o vice-presidente se recusou a criticar o comportamento do presidente durante a crise sanitária. “Sou o vice-presidente do presidente Bolsonaro, então não compete a mim tecer este tipo de crítica, que, para mim, é deslealdade. O que eu tiver que falar a este respeito eu falo intramuros”, afirmou.

Saques da primeira parcela do auxílio 2021

O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, anunciou em live, na última quinta-feira, 15, que os saques e as transferências da primeira parcela do benefício concedido em 2021 serão antecipados em até 18 dias, a depender da data de nascimento do cadastrado. Com isso, o primeiro saque, que antes seria realizado no dia 4 de maio, está previsto para ser liberado em 30 de abril.

Entretanto, a alteração não afeta as datas de liberação do auxílio no aplicativo da Caixa, que conferem possibilidade de uso do dinheiro em pagamentos digitais. Ainda não houve alteração nas datas de saques e transferências da segunda e da terceira parcelas.

Novo calendário de saques da primeira parcela

Janeiro: 30 de abril
Fevereiro: 3 de maio
Março: 4 de maio
Abril: 5 de maio
Maio: 6 de maio
Junho: 7 de maio
Julho: 10 de maio
Agosto: 11 de maio
Setembro: 12 de maio
Outubro: 13 de maio
Novembro: 14 de maio
Dezembro: 17 de maio

Informações de A Folha de São Paulo