Motoristas do Uber podem paralisar serviço em Goiânia em protesto contra baixa lucratividade
26 março 2016 às 19h35
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Protesto marcado para a próxima segunda-feira (28/3) em outras capitais do país pode chegar à capital goiana, onde motoristas estão cada vez mais insatisfeitos
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Após quase dois meses em Goiânia, os motoristas do Uber começam a se queixar da baixa tarifa por quilômetro rodado cobrada pela empresa que, apesar de ser um atrativo para os clientes, começa a pesar no bolso do próprio motorista.
Em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Brasília, está marcado para a próxima segunda-feira (28/3) uma paralisação em protesto ao baixo lucro que os motoristas têm tido. Segundo reportagem do jornal Estado de S. Paulo, prestadores do serviço em Goiânia também vão aderir à paralisação, mas, até o fechamento da matéria, o Jornal Opção não conseguiu confirmar a adesão.
Apesar disso, fica clara a insatisfação dos motoristas em relação ao preço cobrado. Em Goiânia, onde é oferecida apenas a categoria UberX, com carros mais populares, a corrida é em média 50% mais barata que uma corrida de táxi.
Quando o Uber chegou em Goiânia, nos primeiros 30 dias, a empresa oferecia um incentivo para ajudar o motorista a atingir a meta estipulada por dia. Agora a lógica utilizada é a da “corrida dinâmica”. Quando existe uma demanda muito grande e poucos motoristas na região, o preço da corrida fica mais caro.
“Essa nova lógica não tem funcionado pois o número de motoristas tem aumentado a cada dia. Com um grande número de motoristas, a corrida dinâmica permanece sempre no nível mais baixo e o lucro é mínimo”, explica Thiago Moura, colaborador do Uber desde que o aplicativo chegou a Goiânia.
Para Franklin, ex-motorista de táxi, o principal problema é o alto preço da gasolina. “Talvez esse padrão de tarifa funcione em outros países, mas aqui no Brasil a gasolina está muito cara. Considerando a categoria UberX, com carros mais populares e a exigência do ar condicionado sempre ligado, fica praticamente inviável”.
“Não tenho o Uber como única fonte de renda porque, com esse preço, é impossível”, ele completa. “Eu já inclusive levei esta reclamação a eles por e-mail. A empresa respondeu apenas que não tem planos para reajustes da tarifa por quilômetro rodado”.