Negociações foram encerradas em assembleia no último domingo, na sede de sindicato. Retorno da manobra para os trabalhadores não foi liberada

O acordo de reajuste de 9% nos salários e 20% no vale-refeição dos motoristas do transporte coletivo de Goiânia e Região Metropolitana será homologado na manhã desta segunda-feira (23/6) em audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho de Goiás (TRT-GO).

Após mais de um mês de negociações, os trabalhadores aceitaram a proposta durante assembleia realizada na manhã de domingo (22), na sede do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Estado de Goiás (Sindittransporte), que representa oficialmente os trabalhadores, no Setor Bueno, em Goiânia.

Apresentado pelo Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de Goiânia (Setransp), o acordo encerra com o indicativo de greve da categoria, aprovado na última assembleia. O Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores no Transporte Coletivo Urbano de Goiânia e Região Metropolitana (Sindicoletivo) –– representação extraoficial –– considerou que o fechamento do acordo se deu com valores abaixo do esperado.

Além disso, o retorno do benefício conhecido como manobra não foi discutido. É por meio dele que os funcionários são transportados no final do expediente durante a madrugada. Os motoristas esperavam a análise de auxílio locomoção de R$ 250, em vez do retorno do serviço. Em contrapartida, o Setransp queria a criação de uma opção mais ampla, no qual usuários seriam atendidos juntamente com os servidores.

“A batalha continua judicialmente e extrajudicialmente. Vamos entrar com ação coletiva e, para isso, vamos aos terminais de ônibus para pegar a assinatura de todos os trabalhadores pedindo o retorno da manobra”, segundo informou o advogado do Sindittransporte, Nabson Santana Cunha, ao Jornal Opção Online. A alegação, conforme afirmou o defensor, é a de que a manobra é garantida em contrato de trabalho e que não pode ser retirado de maneira unilateral.

Nas primeiras negociações, a categoria pediu um acréscimo de 15% no salário e 35% no ticket. O MPT chegou ao valor de a 10% no salário e 23% no ticket depois de várias reuniões empresas e sindicatos no Tribunal Regional do Trabalho da 18ª Região, que foi aceito, mas valendo valendo a contraproposta feita pelo Setransp.

Diferentemente de assembleias anteriores, a de ontem teve baixa participação de motoristas, cerca de 250. No último dia 15, os profissionais acataram o acordo de meio termo entre aumento requerido pela categoria e o oferecido pelas companhias para evitar paralisações. Na mesma oportunidade, a proposta aceita ontem foi recusada.